PM usou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar
manifestantes, após a depredação de agências bancárias e de uma
concessionária de veículos, na região da Avenida Rebouças, em São Paulo.
De 20 manifestantes detidos, 5 continuaram presos, acusados de atingir
carro da Rota. Além de pedirem a saída do governador tucano, o grupo
gritava pedindo o fim da Polícia Militar e respostas para o caso de
Amarildo de Souza, que desapareceu após ser levado para a Unidade de
Polícia Pacificadora (UPP) na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, onde
vivia
31 DE JULHO DE 2013
Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Manifestantes ocuparam, na noite de ontem (30), a Avenida
Rebouças, sentido da Avenida Paulista, uma das principais vias da
capital paulista. O protesto criticava o governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin (PSDB), o desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza
no Rio de Janeiro e a militarização da polícia. A Força Tática usou
bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar os
manifestantes, após a depredação de agências bancárias e de uma
concessionária de veículos. Com os rostos cobertos, manifestantes usaram
marretas e pedras nos ataques. Muros e prédios também foram pichados.
Segundo a Polícia Militar, 15 pessoas foram detidas pelo policiamento
local e cinco pelas Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota). Todos
foram levados para o 14º Distrito Policial, em Pinheiros, zona oeste. Um
homem, que disse ser jornalista, foi detido pela Rota quando estava
intoxicado pelo gás lacrimogêneo e não conseguia se levantar.
O protesto começou por volta das 18h30 no Largo da Batata, zona oeste
paulistana e passou pela Avenida Brigadeiro Faria Lima antes de chegar à
Avenida Rebouças. Antes mesmo dos manifestantes se concentrarem no
local, a Polícia Militar estava presente com 16 viaturas no largo, além
de um carro do Corpo de Bombeiros e o policiamento reforçado em outros
pontos da região. Durante a tarde, a Secretaria de Segurança Estado de
São Paulo divulgou nota informando que estava disposta a adotar as
medidas necessárias para evitar atos de vandalismo como os vistos na
última sexta-feira (26) na Avenida Paulista.
Parte dos manifestantes lembrava as denúncias de corrupção envolvendo as
obras do metrô de São Paulo que vêm sendo veiculadas pela revista
IstoÉ. “Estou aqui contra o governo do PSDB e a corrupção que ele
representa em relação a uma das prioridades da população, que é o
transporte público”, disse o professor do ensino fundamental Cícero
Barbosa. Ele reclamou ainda dos baixos investimentos estaduais em saúde e
educação.
A estudante de comércio exterior Fernanda Avelino disse que participava
do ato para protestar contra a desigualdade social. “É muita
desigualdade para o tamanho da arrecadação [de tributos pelo governo]”,
disse ao reclamar da má distribuição de renda e da falta de
infraestrutura. Para ela, os avanços indicados pelo Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), divulgado ontem, não refletem a
realidade do país. “Isso prova que as estatísticas não são nada ou é
preciso algo muito além disso”.
Além de pedirem a saída de Alckmin, os manifestantes gritavam pedindo o
fim da Polícia Militar e respostas para o caso de Amarildo de Souza, que
desapareceu após ser levado para a Unidade de Polícia Pacificadora
(UPP) na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, onde vivia.
Edição: Fábio Massalli
* Blog Justiceira de Esquerda
Nenhum comentário:
Postar um comentário