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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, outubro 01, 2013

Alstom-PSDB: Justiça quer saber de contas de Andrea Matarazzo (PSDB) no exterior


Banco Central e Receita têm 15 dias para enviar dados sobre 11 acusados; depois, processo volta ao MPF
A Justiça Federal decretou quebra de sigilo bancário e fiscal de 11 investigados do caso Alstom, suposto esquema de cartel nas áreas de transporte e energia em São Paulo, informação antecipada ontem pelo blog de Fausto Macedo no estadão.com.br. A medida abrange o período 1997-2000 e atinge, entre outros, o hoje vereador paulistano Andréa Matarazzo (PSDB) e Jorge Fagali Neto, ex-secretário de Transportes em 1994 (governo Fleury).

A Justiça Federal determinou que o Banco Central e a Receita infor­mem se os 11 acusados no escândalo envolvendo a empresa Alstom tem contas bancárias no exterior, como re­sultado da quebra do sigilo bancário e fiscal dos envolvidos. Segundo a Polícia Federal, que indiciou os 11 suspeitos em 2012, a empresa francesa teria pa­gado propina a servidores públicos e diretores de estatais paulistas (PSDB) para via­bilizar contratos em áreas como ener­gia e transporte na década de 1990.

Na decisão de 27 de agosto, a 6ª Vara Criminal, a pedido do Ministério Públi­co Federal, determina que a Receita di­ga se os 11 indiciados e se as empresas a eles vinculadas declararam ter contas bancárias no exterior entre os anos de 1997 e 2000. E afirma que, se essas con­tasexistirem, o Banco Central deve re­passar detalhes sobre elas à Justiça. Os dois órgãos receberam 15 dias para en­viar os dados.

Depois que isso for feito, o processo voltará a ser analisado pelo MPF.

Entre os 11 indiciados estão o verea­dor e ex-secretário de Energia Andrea Matarazzo (PSDB), o ex-diretor do Metrô Jorge Fagali Neto, e Eduardo José Bernini e Henrique Fingerman, ex-diri­gentes da EPTE, de energia.

O juiz também solicitou à embaixada da França no Brasil informações sobre o paradeiro de Pierre Chazot e Philippe Jaffré, que teriam sido apontados como supostos mandantes de pagamento de propina pelo grupo Alstom. O juiz quer saber também se Jaffré morreu
*osamigosdopresidentelula

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