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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, outubro 01, 2013

247 - A ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins decidiu continuar no PT, mesmo após o convite feito pelo PSB para que ela disputasse o governo pela sigla de Eduardo Campos. Ela se reuniu com o presidente do PT, Rui Falcão, nesta segunda-feira (30). "A presidenta do DR [diretório regional] reafirmou o seu empenho na reeleição da companheira Dilma Rousseff à Presidência da República e no fortalecimento do Partido dos Trabalhadores do Ceará", afirma nota assinada por Rui Falcão. Lins é a presidente do PT no Ceará.
Segundo a Folha, nos bastidores, especula-se que a negociação para a permanência de Luizianne na legenda tenha incluído oferta de cargo no governo federal. Incomodada com a aliança do PT cearense com o governador Cid Gomes (PSB), Luizianne chegou a cogitar deixar o PT. Com a permanência na legenda, terá que enfrentar a resistência de outros nomes do PT local caso queira disputar cargo majoritário.
O deputado federal José Guimarães (PT-CE), líder da bancada do PT na Câmara, é cotado para disputar o Senado e diverge de Luizianne em relação ao apoio a Cid: ele é favorável e quer formar aliança com o candidato à sucessão do governador no próximo ano.
*brasil247

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