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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, outubro 02, 2013

Lula quer mandato
para Ministro do STF

“Se tudo no país pode ser renovado, por que um juiz tem que ficar a vida inteira?”, questionou o Nunca Dantes.
Saiu na Folha (*), que publicou uma pesquisinha para subjugar o Ministro Celso de Mello:

Lula defende mandato para ministro do STF



“Acho que poderíamos consultar a OAB.”

“Se tudo no país pode ser renovado, por que um juiz tem que ficar a vida inteira ?”


As declarações foram feitas na solenidade em homenagem à Constituição, quando Lula fez a defesa da Política.

Esteve ali presente o Big Ben de Propriá, que marcou a condenação do Dirceu para a hora exata, britânica, em que o eleitor de São Paulo entrava na cabine para votar em Haddad ou Cerra.

Segundo Lula, o mandato do ministro do STF teria a vantagem da “alternância”.

Lula já disse que o julgamento do mensalão (o do PT, porque o outro …) foi um linchamento do PiG (**).

E, que, se tivesse as informações que tem hoje, escolheria outros ministros.

Mas, em nenhum momento Lula exerceu sobre o Supremo a pressão que a Blablarina, a autoritária dissimulada, tirana sob xales, hoje exerce sobre a Justiça Eleitoral.

Onde, segundo o Ataulfo (***), talvez prevaleça a “letra fria da Lei”.

Ele prefere a letra quente.

Quem também é a favor do mandato para Ministro do Supremo é o Requião, que chama os filhos do Roberto Marinho – que não têm nome próprio – de moleques.

O mundo gira e a Lusitana roda.


Paulo Henrique Amorim

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