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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, dezembro 11, 2013

O livro de Tuma sai em um momento em que o PSDB pede o afastamento do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo

O povo brasileiro acredita na Veja, no Tuma ou no Lula?

 
A Veja – a Última Flor do Fáscio – não tem credibilidade. Trata-se de uma revista panfletária, de extrema direita e que não tem compromisso com o jornalismo e muito menos com a verdade e o País. Ninguém a leva a sério, nem mesmo os outros veículos de comunicação pertencentes aos magnatas bilionários de imprensa, a não ser a Ku Klux Klan, osskinheads, o Tea Party, a TFP, o Grupo Guararapes, a UDR, a Fenaban, os "quatrocentões" de São Paulo e os coxinhas reacionários desde sempre, que foram às ruas em junho por serem contra "tudo o que está aí", único item da pauta dessas pessoas, que se aproveitaram das reivindicações do Movimento Passe Livre (MPL), uma entidade de esquerda,que protestava contra os aumentos das passagens dos ônibus.
Como se percebe, os conservadores foram às ruas porque se aproveitaram do pleito do MPL, que luta pelo passe livre para os estudantes em todo o Brasil. E deu no que deu: cinco meses seguidos de quebra-quebra, incêndios e conflitos entre grupos mascarados e a polícia, que quando reagia à violência a imprensa de mercado prontamente a criticava, porque o que interessava à grande mídia conservadora era desgastar os governos dos estados e principalmente o Governo Federal.Os coxinhas do Anonymous e os que foram às ruas no início se divertir com os protestos perceberam logo que o "bicho ia pegar" e sorrateiramente correram para a segurança de suas casas e passaram a ver os conflitos pelas televisões, como sempre fizeram em suas vidas. Coxinha é coxinha e nada mais. Rosna pela vida afora, mas na hora de morder prefere a segurança azul ou rosa de seus lares e de seus cotidianos.
Eis que a Última Flor do Fáscio – a Revista Porcaria -continua em seu périplo reacionário e voltado à queda do Governo Dilma e de qualquer governante trabalhista que conquiste o poder, de qualquer jeito, sem se importar com nada, a não ser com seus interesses ideológicos, políticos e empresariais, além de se mancomunar durante anos com uma organização criminosa liderada pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira, "editor" e "pauteiro" de Veja, cujo subordinado era o jornalista Policarpo Jr., profissional que está "sumido" para o bem e a conveniência da família Civita, que pensa que o Brasil de mais de 200 milhões de habitantes e a sexta maioreconomia do mundo é o quintal da casa dela. Ledo engano, porque não é.
Entretanto e para a surpresa de ninguém, a Fina Flor da Mentira e do Jornalismo de Esgoto se volta novamente à caça ao Lula, ex-presidente da República que saiu do poder com 87% de aprovação, índices mais altos do que os do recém-falecido Nelson Mandela quando deixou o poder, além de o petista ser o político brasileiro mais reconhecido e famoso no mundo, sempre convidado para dar palestras, bem como dar conselhos a presidentes e primeiros-ministros sobre economia e política, porque seus dois governos foram um sucesso e sua sucessora continua a trilhar os mesmos caminhos de Lula e, conseqüentemente, com reais chances de ser reeleita. E é exatamente isto que mata a direita de ódio, rancor e inveja.
Veja se comporta e age como se o popular político trabalhista e do PT ficasse preocupado com o livreco recheado de acusações de um delegado que já cometeu diversos desatinos e malfeitos em sua vida pregressa, no que tange às questões profissionais. O filho de Romeu Tuma resolveu escrever um livro, que mais parece um panfleto de mágoas, rancores, invejas e vinganças. Nada mais peculiar à direita escravocrata do Brasil. Logo o Tuminha, filho do Tuma, um dos dois delegados líderes do Dops, órgão policial famoso por sua atuação na ditadura militar, bem como homem ligado ao SNI.
Romeu Tuma e o delegado Sérgio Paranhos Fleury, o mais conhecido matador e torturador da ditadura eram parceiros e juntos, cada um ao seu tempo, mandaram no Dops, sendo que o delegado Tuma, além de ter sido senador por muitos anos, foi também superintendente da Polícia Federal no Governo do ex-presidente José Sarney. Agora, Robson Tuma, um homem de direita e que sempre se mostrou um bate-pau de alta patente da burguesia paulista, paulistana e brasileira, resolve escrever um livro em que afirma ser o Lula um delator do regime militar. Absurdos dos absurdos, pois Lula foi perseguido, ameaçado de morte, realizou greves históricas em plena ditadura e para, enfim, ser preso e visitado por políticos da grandeza de Tancredo Neves, Leonel Brizola e Ulysses Guimarães.
Trata-se, nada mais e nada menos, da direita herdeira da escravidão, leviana, golpista, pois traidora, violenta e feroz. A direita cheia de ódio racial e de classe social e que não se conforma com a ascensão dos trabalhistas no poder, fato este que aconteceu também com o estadista Getúlio Vargas e o trabalhista herdeiro de Getúlio, o presidente deposto João Goulart – o Jango. Os dois sofreram na carne, no coração e na mente as diatribes da direita brasileira, a pior do mundo e que escravizou seres humanos por quase 400 anos – a escravidão mais longa da história da humanidade.
E aí vem o Tuminha com seu livrinho cheio de ódio e rancor, com o apoio e a capa de Veja – a Última Flor do Fáscio, que há anos enlameia o jornalismo, associa-se a criminosos para desestabilizar governos e governantes trabalhistas eleitos legitimamente pelo povo brasileiro e a fazer acusações infundadas, porque nunca comprovadas, questão esta que jamais vai ser uma preocupação de tal pasquim de péssima qualidade editorial, até porque o jornalismo panfletário publicado por esse veículo mequetrefe e rastaqüera não merece atenção e muito menos respeito dos leitores que têm sensatez e discernimento para perceber que a Veja é um covil de chumbetas, como já disse na tribuna do Senado o senador Fernando Collor.
E quando um político que conhece os bastidores como conhece o Collor é porque realmente a Veja é uma porcaria e por isso é useira e vezeira em dar prestígio e fé a livrinhos vingativos escritos por uma pessoa que é totalmente vinculada à direita, ao establishment e que sempre trabalhou como guarda pretoriano dos interesses do mundo empresarial.
O Tuminha, o mesmo delegado que os editores da Última Flor do Fáscio detonaram e espezinharam em diversas publicações, a fim de desconstruir sua imagem ao chamá-lo de muambeiro, "necrose moral" e "personagem espantoso no País que não se espanta com nada", conforme afirmou o jornalista Augusto Nunes, que atualmente tem a companhia de outros dois escrevinhadores da direita midiática brasileira, o Reinaldo Azevedo e o Eurípides Alcântara. Seria cômico se não fosse trágico tanto devaneio publicitário e incongruência, porque se alguém dependesse de coerência para ser salvo morreria logo, pois o que essa gente não tem e nunca o terá é coerência e discernimento para fazer jornalismo e comentar sobre política. Oportunismo na veia e intolerância em toda sua plenitude. É isto o que eles fazem e por isso não têm credibilidade.
Por seu turno, Romeu Tuma Júnior, o Tuminha, volta para seu berço, o leito da direita, após, entre 2007 e 2010, ser o secretário nacional de Justiça e acusado de ter se envolvido com a máfia chinesa de São Paul, acusação que lhe rendeu grande desgaste e que certamente cooperou para ele sair de importante cargo do Ministério da Justiça. Todavia, os editores e colunistas de Veja mudaram de idéia, bem como os herdeiros do Robert Civita. Agora o livro do Tuma, "Assassinato de Reputações – Um crime de Estado", é visto como uma bomba pela Veja, o panfleto de extrema direita.
Antes Robson Tuma Júnior era figura nefasta e que deveria ser exonerado solenemente e sumariamente. No entanto, quando Tuminha escreve um livro repleto de acusações sem provas e que tem, na verdade, a intenção de macular a imagem de Lula, os urubus de Veja passam a considerá-lo uma pessoa séria e que suas acusações merecem tanta credibilidade que Lula deveria ser convocado para dar depoimento na Comissão da Verdade, talvez junto com o coronel Brilhante Ustra, velho conhecido do pai do Robson Tuma, o delegado e senador já falecido Romeu Tuma.
A Veja – a Última Flor do Fáscio – realmente é um caso sério, que faz um jornalismo de esgoto. O ódio da direita é porque Lula nunca foi cooptado e seu governo trabalhista fez muito mais sucesso e teve melhores resultados do que o governo entreguista, subserviente e colonizado do tucano Fernando Henrique Cardoso - o Neoliberal I. Tuminha voltou oficialmente para o ninho conservador e foi perdoado pelos seus detratores de direita iguais a ele.
O livro de Tuma sai em um momento em que o PSDB pede o afastamento do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. É que os tucanos não querem que a Polícia Federal investigue os escândalos bilionários da Alstom e da Siemens, bem como acusam o Governo trabalhista de usar os escândalos de corrupção para interesses políticos. Quando é o PT, vale tudo. Quando é o PSDB, eles se dizem perseguidos, como se fosse direito de político tucano errar e cometer malfeitos sem ser investigado e denunciado. Agora a pergunta que não quer calar: o povo brasileiro acredita na Veja, no Tuma ou no Lula? É isso aí.


Davis Sena Filho

 
Davis Sena Filho é editor do blog Palavra Livre
*Saraiva

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