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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, dezembro 12, 2013

O tributo à Mandela ficou em segundo plano - como o “selfie” de Obama vira “mico” na mídia mundial

(cada vez mais admiro Michelle Obama)

Tremenda falta de respeito com o morto e com a madame Obama que, mordida e enciumada,vai levar um 'papo baixinho' com o galhofeiro no caminho de volta para Casa Branca...


Pouco próprios para uma cerimônia fúnebre, os momentos de alegria infanto-juvenil de Barack Obama, ao lado da primeira-ministra da Helle Thorning-Schmidt, da Dinamarca, e do seu colega britânico, David Cameron, viraram um “mico”na imprensa internacional.

A foto de celular- ou “selfie”como ficou conhecida – ficaria própria num grupo de adolescentes num passeio e acabou se tornando piada no mundo inteiro.
Do Washington Post ao The Telegraph londrino e sobretudo nas redes sociais, duas coisas viraram piada sobre o presidente americano: a falta de compostura diante de uma cerimônia fúnebre contrastando com a expressão contrita de Michelle Obama, que tinha cara de poucos amigos enquanto o marido e Helle trocavam boas gargalhadas na tribuna de chefes de Estado.
Se fosse um latinoamericano, um líder africano ou asiático que se comportasse desta forma, nem quero pensar o que e
Aliás, favor pegar leve nos comentários, não vamos entrar numa postura moralista.
Não é o que se faz, são as circunstâncias que a tornam ridícula.
Obama, apesar de um ótimo orador, fez um discurso falando das lutas mundiais pela afirmação dos direitos humanos, mas exagerou um pouco no “eu, eu, eu”.
De qualquer forma, um bom pronunciamento que, infelizmente, acaba perdendo repercussão pelo seu comportamento inconveniente na platéia, que virou um “mico” mundial.
Quem vê as imagens fica com dúvidas do quanto ele homenageava a causa que Mandela representou, num momento grave como aquele.
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