Vitória na Organização Mundial do Comércio sob a coordenação de um brasileiro, afunda jornalismo do contra
Quando Roberto Azêvedo foi indicado para o comando da Organização
Mundial do Comércio, numa vitória histórica da diplomacia brasileira,
costurada também pelo ministro Fernando Pimentel, colunistas
conservadores, como Reinaldo Azevedo, fizeram pouco caso; blogueiro de
Veja chegou até a dizer que era “irrelevante”; neste sábado (7), um de
seus colegas neoconservadores, Demétrio Magnoli, escreveu sobre o
“desastre” consumado na OMC e afirmou que o Brasil estava se convertendo
em “ilha”; neste sábado, mundo comemora acordo que pode destravar US$ 1
trilhão em transações comerciais
Pescado do Brasil 247
247 - A tendência da maioria dos analistas da mídia brasileira em sempre
enxergar fracasso mesmo nas situações mais positivas da economia e da
política brasileira teve novo revés neste fim de semana. Colunistas,
como o conservador Reinaldo Azevedo (de Veja.com e Folha), e seu
aprendiz, Demétrio Magnoli (de Folha), foram extremamente pessimistas
com a ação do brasileiro Roberto Azevêdo, diretor-geral da Organização
Mundial do Comércio (OMC). E viram suas previsões falharem diante do acordo mundial históricofechado neste sábado (7), para derrubar barreiras comerciais e gerar até 1 trilhão de dólares em negócios.
O “The New York Times”, principal jornal do mundo, viu o resultado final
da reunião da OMC na Ilha de Bali, na Indonésia, como “um marco para os
159 membros” do organismo internacional. E disse mais: o acordo
“resgata a OMC à beira do fracasso e irá reacender a confiança em sua
capacidade de reduzir as barreiras ao comércio mundial após 12 anos de
negociações infrutíferas” (leia artigo original – em inglês – aqui).
Mas os colunistas da mídia nacional, até a manhã deste sábado, viam o
acordo da OMC como “um desastre”. Para Demétrio Magnoli, em sua coluna na Folha,
a OMC seria reduzida à condição de “ente vestigial, um tribunal de
contenciosos comerciais”. E continua na onda negativa: “O fracasso
atinge em cheio o Brasil, evidenciando uma sequência de erros de
política externa causados pela subordinação do interesse nacional ao
imperativo da ideologia”, escreveu Magnoli, acrescentando que “não
faltaram alertas”.
Diante do acordo firmado, ainda bem que esses “alertas” não foram
ouvidos. Uma dessas gritas contra a OMC, que está desde maio nas mãos de
um brasileiro, o Roberto Azevêdo, foi de outro Azevedo, o Reinaldo. O
que ele disse? “Azevêdo na OMC significa que o resto do mundo aplaude a
nossa incompetência. Até porque os EUA, a União Europeia, a China, o
Canadá, o Chile e o Peru continuarão a fazer os seus acordos bilaterais,
independentemente do evangelho de Azevêdo. Poderão até declarar o
Brasil campeão moral do multilateralismo, mas continuarão mesmo a ganhar
dinheiro com o bilateralismo”.
A visão dos “fracassomaníacos” se mostrou equivocada. Mais uma vez.
Graças a capacidade de um diplomata brasileiro, o mundo se surpreendeu
com um acordo comercial que poderá ajudar a tirar os países da crise.
Articulador da vitória de Azevêdo na OMC, o ministro Fernando Pimentel
destacou desde o início “sua capacidade para o diálogo e construção do
consenso”. Acertou em cheio.
Na previsão que fez em maio, em artigo
que publicou na Folha, Pimentel usou os seguintes termos: “Que entre
para a história pelas razões mais nobres uma gestão que resgate a
importância do multilaterismo e devolva à OMC sua função de reguladora
das relações comerciais globais”. É, Pimentel, a atuação de Roberto
Azevêdo já entrou para a história.
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