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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, setembro 15, 2014

CPI da Petrobras e a fraude da "Veja"

Por Altamiro Borges

Se o Brasil fosse um país sério no trato com a sua mídia, a direção da Veja seria imediatamente acionada pelos órgãos competentes para explicar a “reporcagem” fraudulenta publicada no início deagosto – que estampou na capa a manchete sensacionalista “A fraude da CPI da Petrobras”. Nesta quinta-feira (11), a comissão de sindicância do Senado criada para investigar o “escândalo” divulgou nota em que afirma que não houve nada de irregular. Os dois servidores públicos acusados pela revista foram totalmente inocentados – depois de terem seus nomes enxovalhados.

A comissão concluiu que não houve “qualquer indício de vazamento de informações privilegiadas, de documentos internos da CPI da Petrobras ou de minutas de questionamentos que seriam feitos a depoentes”. Ela também decidiu arquivar o caso, tão explorado pela oposição demotucana e pelo restante da mídia. A “reporcagem” da Veja ainda custou caro aos cofres públicos. A comissão acionou três servidores, gastou 37 dias nos trabalhos de apuração e ouviu 14 depoimentos, além de investigar as caixas de e-mails dos funcionários acusados levianamente.

A nota esclarece que a comissão “verificou o controle de acesso aos arquivos eletrônicos confidenciais, examinou os documentos utilizados como subsídio das reuniões da CPI e analisou os vídeos dos depoimentos, por diferentes câmeras, bem como o vídeo que originalmente fundamentou a denúncia” da Veja. Até agora, o site da revista não fez qualquer autocritica do seu jornalismo do esgoto, fraudulento. Os parlamentares que aproveitaram o escândalo fabricado para pedir a cabeça da presidenta da Petrobras, Graça Foster, também não se pronunciaram. Haja impunidade no Brasil!

E o governo Dilma ainda banca milhões em publicidade nesta revistinha escrota e golpista!

Reproduzo abaixo a nota oficial da comissão do Senado:

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A Diretoria-Geral do Senado Federal recebeu, na tarde desta quinta-feira (11), o relatório da comissão de sindicância instaurada para investigar a denúncia publicada na imprensa quanto ao suposto vazamento de informações, em especial de perguntas, entre assessores parlamentares do Senado e a assessoria da Petrobras no âmbito da CPI da Petrobras.

A comissão de sindicância funcionou por 37 dias, tomou 14 depoimentos, investigou as caixas-postais de correio eletrônico dos envolvidos, verificou o controle de acesso aosarquivos eletrônicos confidenciais, examinou os documentos utilizados como subsídio das reuniões da CPI e analisou os vídeos dos depoimentos, por diferentes câmeras, bem como o vídeo que originalmente fundamentou a denúncia.

Ao término das investigações, a comissão, composta por servidores com notável formação acadêmica e experiência profissional, contando com um doutor em Direito Penal, um mestre em Direito Processual e um especialista em Direito Constitucional, concluiu que não houve qualquer indício de vazamento de informações privilegiadas, de documentos internos da CPI ou de minutas de questionamentos que seriam formulados aos depoentes e manifestou-se pelo arquivamento do processo.

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