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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, setembro 26, 2014

Coordenador do MST – PE é assassinado com 20 tiros

congresso da UESPE 2No ultimo dia 19 de setembro, foi assassinado covardemente com 20 tiros o coordenador do MST – PE, Aldo Soares da Silva tinha 35 anos e era mais conhecido como “Bode”. O crime ocorreu no acampamento Maria Paraíba, onde Aldo acompanhava no município de São Lourenço da Mata-PE.
O fato, que não foi divulgado na grande mídia burguesa, foi revelado durante a participação do vereador de Olinda Marcelo Santa Cruz (PT) no 12º Congresso da União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco (UESPE), e revela o que os grandes latifundiários são capazes de qualquer medida para impedir o avanço da reforma agrária, a exemplo de matar trabalhadores e lideranças que lutam pela Reforma Agraria.
O Congresso comprometeu-se em aprovar uma moção de repúdio à violência contra o coordenador do MST exigindo o fim da impunidade dos criminosos a serviço do latifúndio e do capitalismo. Segue abaixo a moção aprovada na plenária final do 12º Congresso da UESPE, realizado em Recife-PE nos dias 20 e 21 de setembro.
Nos estudantes pernambucanos, participantes do 12º congresso da UESPE, repudiamos a violência dos grandes latifundiários, que tentam a todo custo parar a luta dos camponeses pobres do nosso país, a sua ultima investida nessa luta desigual para frear os interesses do povo foi o assassinato do companheiro Aldo Soares da Silva, coordenador do MST em São Lourenço da Mata e Paudalho, no dia 19/09/2014.
Aldo  foi assassinado covardemente com 20 tiros. O crime ocorreu no assentamento Matriz da Luz, onde Aldo residia no município de São Lourenço da Mata.
Os grandes latifundiários são capazes de fazer de tudo para impedir o avanço da reforma agrária: matam trabalhadores e lideranças da luta por mais igualdade na partilha da terra. É preciso que se investiguem os mandantes e os executores deste cruel assassinato e que se puna os responsáveis.
Toda a nossa solidariedade e fraternidade com a luta dos camponeses pobres e com os familiares do companheiro Aldo!

Redaçao – PE
*AVerdade

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