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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, setembro 30, 2014

Manifestação em frente ao Banco Central No dia 02 de outubro,

Posted: 29 Sep 2014 05:52 PM PDT
IMG_1184Trabalhadores e trabalhadoras em bancos públicos e privados começam sua greve nacional a partir de amanhã. Após apresentarem sua pauta de reivindicação aos banqueiros em julho, os trabalhadores assistiram à intransigência dos patrões tanto nas reivindicações econômicas quanto nas sociais. A Federação dos Bancos oferece um aumento de apenas 7,35%, o que representa um aumento real de menos de 1%.
Enquanto isso, o lucro dos bancos continua crescendo de maneira assustadora no país que tem as mais altas taxas de juro do mundo. Em 2014, os banqueiros lucraram 16% a mais do que em 2013, e as taxas bancárias ficaram 10% mais caras.
Há casos, inclusive, de bancos que estão se negando a pagar a participação nos lucros aos trabalhadores, enquanto os acionistas e executivos receberam seus bônus e prêmios, como no banco HSBC.
Mas as reivindicações dos bancários vão além de exigir sua justa parte nos ganhos da empresa. Eles exigem que tenham fim as abusivas metas de vendas de planos, seguros e outras mercadorias financeiras. Essas metas geram altos níveis de pressão sobre a categoria que sofre com doenças funcionais e fazem com que o serviço do banco, que  é uma concessão pública, não sirva para gerar facilidades para o conjunto da sociedade.
Manifestação em frente ao Banco Central
No dia 02 de outubro, próxima quinta-feira, a categoria bancária vai realizar um ato em frente à sede do Banco Central na avenida paulista, em conjunto com diversos movimentos sociais. O objetivo é repudiar as propostas que querem deixar o BC sob total controle do mercado financeiro e independente do controle social.
A manifestação também dará divulgação à greve reivindicando maior participação dos bancos públicos no financiamento de programas sociais como a construção de moradias populares e do incentivo à agricultura familiar e à reforma agrária.
As principais reivindicações da greve dos bancários podem ser encontradas aqui.
*AVERDADE

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