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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, setembro 27, 2014



O padeiro explicou que a iniciativa começou após Aderson perceber o comportamento das pessoas em relação aos homossexuais
O dono de uma padaria em Curitiba Aderson Arendt decidiu reivindicar o preconceito sofrido por homossexuais e ilustrou os pacotes de pão com mensagens contra a homofobia – crime configurado pela discriminação contra gays, lésbicas e transsexuais. Um levantamento divulgado pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos mostra que, no Brasil, mais de um homossexual tem seus direitos violados a cada hora. Os dados também apontam que a cada 20 horas um gay é morto


A mensagem "Homofobia é crime. Direitos iguais é inclusão social", também está estampada em um painel luminoso na padaria. Ao G1, Aderson contou que tomou a iniciativa após perceber o comportamento de pessoas dentro e fora do estabelecimento.

"Recentemente percebi uma cena em um restaurante que me deixou muito constrangido. Em uma mesa estava um grupo de gays e na outra havia várias pessoas tirando sarro e brincando com a situação", contou Aderson. "Eu me senti muito mal e constrangido. Não sabia nem como reagir ou ajudar", acrescentou o padeiro.
O comerciante destacou ainda que a maioria dos clientes da padaria aprovou a iniciativa. "As pessoas que vierem aqui e tiverem preconceito, prefiro que dêem meia volta e nem entrem", completou o comerciante. Nesta primeira etapa da "campanha", foram impressas mensagens em 500 mil pacotes. Arendt está no segundo casamento e tem seis filhos.
.G1

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