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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, setembro 12, 2014

Marina parte para a baixaria. Dilma repudia e diz que Marina é ingrata com a militância do PT.




Marina Silva perdeu as estribeiras e partiu para a baixaria em sabatina do jornal "O Globo" na quinta-feira (11). Disse que as pessoas não confiam em um partido que colocou um diretor na Petrobras para "assaltar os cofres" da estatal (referindo-se a Paulo Roberto Costa, ex-diretor da empresa, preso pela operação Lava Jato da Polícia Federal).

Perguntada sobre esta declaração, durante entrevista coletiva, Dilma respondeu:
Olha, primeiro eu repudio com muita indignação esta declaração da candidata Marina, depois eu considero que a candidata Marina tem que parar de usar as suas conveniências pessoais para fazer declaração. Por que são conveniências pessoais? Ora, a candidata Marina ficou 27 anos no PT, todos os seus mandatos ela obteve graças ao PT, ao Partido dos Trabalhadores. Terceiro: dos 12 anos aos quais ela se refere, oito ela esteve no governo, ou no bancada no Senado Federal. Eu acredito que não é possível as pessoas terem posições que não honrem a sua trajetória política, e tentam se esconder atrás de falas. Eu acho que não medem o sentido dos seus próprios atos durante a vida. A militância do PT e a história do PT foram fundamentais para a candidata chegar onde chegou. Uma frase dessas mostra uma posição extremamente leviana e inconsequente. Eu lamento profundamente uma fala desse tipo.
Banqueira do banco Itaú.

Em outra pergunta, uma jornalista perguntou:

Neca Setúbal era considerada uma educadora, quando foi para ajudar, colaborar na campanha do Haddad, até de petistas. E agora ela está sendo tratada como banqueira, com sentido pejorativo. O que mudou?

Dilma respondeu:
Mudou, que ela está se comportando como banqueira. A Neca educadora é a Neca educadora. Agora, na medida em que eu sou herdeira do Banco Itaú e faço, e defendo uma política que beneficia claramente os bancos, que é a política de independência do Banco Central, de redução do papel dos Bancos Públicos, eu estou fazendo papel de banqueira. Eu não estou falando sobre educação, nem sobre criança e nem sobre creche.
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Não dá para vestir as duas roupas, ou é uma ou é outra. Ou uma é a roupa verdadeira, e a outra é a fantasia. Agora, o que nós queremos dizer é o seguinte: nós queremos, que não é correto, colocar na defesa da política que dá poder similar do Legislativo, Executivo e Judiciário, que são os únicos poderes independentes da República.Dar o mesmo tipo de poder aos bancos, que a independência no Brasil é considerada para poderes. Quem são os três poderes independentes? Executivo, Legislativo e Judiciário. Mas ninguém é independente no Brasil, nenhum outro poder, os bancos, dentro do Banco Central, não terão independência. Não tem isto. Não é característico da Legislação Brasileira. Então, o que eu estou dizendo é que o que mudou é a atitude e a postura da pessoa, nada mais mudou, cada um de nós é o que é. Obrigada.

*Oterrordonordeste

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