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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, setembro 03, 2014

O POVO MANDA NO BRASIL



De Falandoverdades 2
Proposta de Marina de Banco Central Independente pode causar desemprego, arrocho salarial e perca do poder de compra do brasileiro.

Atualmente, o Banco Central não tem autonomia formal, já que seu gestor é escolhido pelo presidente da República, autoridade máxima do país, eleito democraticamente pelo povo. Por extensão, podemos dizer, então, que o gerente do Banco Central representa as necessidades do povo e atua em consonância com o governo eleito por ele e que, por sua vez, luta por políticas (dentre elas a econômica) que beneficiem a população que o elegeu. O BC tem, hoje, autonomia operacional para atingir as metas determinadas pelo governo. Dar ao Banco Central autonomia formal seria dar independência aos diretores do banco, que passariam a ter mandatos soberanos. Essa independência se daria em relação às autoridades que expressam a soberania popular.

A autonomia do Banco Central é uma medida fundamentalmente neoliberal. Os adeptos dessa teoria acreditam que o salário e o emprego se mantêm estáveis pela autorregulação do mercado, portanto é desnecessária (e eles acreditam ser prejudicial) a interferência do Estado nas questões econômicas. A crise econômica por que passou – e ainda passa – grande parte das nações, que sofrem com os efeitos devastadores de uma política neoliberal que causou o desemprego de 60 milhões de pessoas por todo o mundo é a prova de que o neoliberalismo econômico é nocivo, mesmo em um sistema capitalista.

Dar autonomia completa ao Banco Central significa que o governo vai abrir mão de parte importante da gerência do país. O presidente do BC, que não será mais escolhido por uma figura que representa o povo, terá poder absoluto sobre as taxas de juros, crédito e valor da moeda. Hoje, o Real vale X. Se for decidido que o Real passará a valer X+2, o parcelamento de bens que dependam da taxa cambial, como eletrodomésticos vai ficar mais caro, além do celular, do carro e de vários outros bens, o que pode impactar também o emprego e a renda.

Leia mais e conheça:

http://plantaobrasil.com.br/go.asp?ID=81194&HASH=2

http://www.cartamaior.com.br/?%2FEditoria%2FPolitica%2FPor-que-Marina-e-Aecio-querem-a-independencia-do-Banco-Central-%2F4%2F31687

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