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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, setembro 06, 2014


ny3Uma greve dos trabalhadores das redes de comida rápida dos Estados Unidos (McDonald-s, KFC, Burguer King etc.) ocorreu ontem na cidade de Nova Iorque e mais 150 cidades do país. Na principal economia capitalista do mundo, os trabalhadores reivindicam o direito de se organizarem livremente em sindicatos e receberem um salário mínimo vital.
O Estado dos EUA, que se gaba de ser o maior defensor mundial da democracia, reprimiu os trabalhadores. Apenas em Nova Iorque, 19 trabalhadores foram presos ao exercer seu legítimo direito de greve e manifestação.
Para os grevistas, o salário mínimo de 7,5 dólares por hora que os trabalhadores recebem não permite o pagamento do aluguel e outras necessidades básicas desde o custo de vida vem crescendo de maneira absurda nos EUA a partir da crise de 2008. O movimento reivindica o salário de 15 dólares por hora.
O movimento dos trabalhadores em restaurantes de fast food vem crescendo bastante nos EUA desde o lançamento da campanha Low Pay is not Ok (Baixos salários não estão legais, em tradução livre), no ano de 2012. São, em sua maioria, trabalhadores negros, latinos e imigrantes que experimentam nos Estados Unidos toda a mentira do capitalismo como solução para os problemas sociais.
Mais informações podem ser encontradas no site: strikefastfood.org

Da Redação, São Paulo
*Averdade

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