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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, janeiro 04, 2015

Bolívia tem o maior crescimento do PIB na América Latina em 2014

 O Banco Central da Bolívia anunciou nesta quinta-feira (1°) que o país registrou um incremento de 50% das Reservas Internacionais em 2014. O número representa US$15 bilhões do PIB (Produto Interno Bruto), colocando a economia boliviana como a de maior alta em termos de reserva na América Latina no ano passado.


 Evo Morales, presidente da Bolívia. Evo Morales, presidente da Bolívia.
De acordo com informações da Rede Telesur, entre os países com melhor desempenho nas Reservas Internacionais, os 50% da Bolívia superam Uruguai (30%), Peru (29%), Paraguai (24%), Brasil (17%), Chile (16%), México (15%) e Colômbia (12%).

Em comunicado oficial, o Banco Central boliviano afirmou dar "grande respaldo" às políticas cambiais e monetárias a fim de "dar estabilidade ao sistema financeiro e às atividades econômicas do país".

O governo boliviano reiterou que crescimento econômico do país “é fruto do aproveitamento racional dos recursos naturais”. Para o Banco Central, utilizar as Reservas Internacionais para a proteção da economia é uma das estratégias para enfrentar a queda dos preços do petróleo.

Bolívia melhorou índices sociais e econômicos


Em termos econômicos, a Bolívia resistiu melhor que grandes economias latino-americanas à crise financeira internacional iniciada em 2008. O movimento de combate aos efeitos da crise foi feito pela forte presença de empresas públicas, que foram ampliadas, em todos os estados do país de forma descentralizada e contribuíram para fortalecer o mercado interno.

Após nacionalizar setores estratégicos, o país ordenou as contas, redistribuiu excedentes econômicos com políticas sociais e isso “teve um efeito dominó no consumo interno, além de satisfazer necessidades básicas, que antes eram insatisfeitas. Além disso, o modelo adotado hoje permite ao país acumular uma reserva que se encontra acima da média regional em termos do PIB, o que aplaude o FMI”, avalia Alfredo Serrano, economista, diretor do Centro Estratégico Latino-Americano de Geopolítica  (Celag) e professor de pós-graduação da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso).

Fonte: Opera Mundi

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