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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, abril 09, 2015

CUT AVISA

CUT AVISA :  TERCEIRIZAÇÃO, NÓS PARAMOS O PAÍS”

CUT080415

Contra o projeto da Terceirização, a Central Unica dos Trabalhadores ameaça greve geral no país caso texto seja votado

Por Redação - com informações da Folha
Contra o projeto que regulamenta a terceirização no país, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) pretende realizar uma greve geral no país a partir da semana que vem caso o texto seja votado. A Câmara dos Deputados deve votar nesta terça-feira (7) o texto, que amplia a possibilidade para empresas contratarem mão de obra terceirizada.
“Vamos fazer atividades de rua e paralisação para impedir [a votação]. Vamos transformar essas empresas [que apoiarem a terceirização] num inferno”, disse o presidente nacional da central, Wagner Freitas, durante protesto realizado nesta terça em Brasília. Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), defende que a terceirização irá ampliar o número de empregos no país. “Em nível Brasil, a regulamentação da terceirização poderá gerar 3 milhões de novos empregos.
Sem quebra à CLT, mais empregos formais!”, escreveu, no Twitter. A terceirização ainda é defendida por outras entidades patronais, como a CNC (Confederação Nacional do Comércio) e a CNI (Confederação Nacional da Indústria). Segundo Freitas, caso o projeto seja aprovado, a CUT deverá convocar para uma greve geral a partir da quinta-feira da semana que vem (16).
“Vamos divulgar o nome dos deputados [que votarem a favor do texto] para pressionar.” O presidente da CUT, disse que o projeto da terceirização não é para regulamentar a situação dos 12 milhões de trabalhadores que estão nessa situação, mas para tornar terceirizados os outros 40 milhões de trabalhadores. A central faz um ato em frente ao Congresso contra a medida. Os manifestantes entraram em confronto com a polícia após tentarem invadir a Câmara.
Na confusão, três manifestantes, dois deputados -Edinho Silva (PT-SP), atingido por spray de pimenta, e Lincoln Portela (PR-MG), que levou um soco na boca e pontapés-, dois policiais e um visitante ficaram feridos. Por conta da tentativa de invasão da Câmara, quatro manifestantes foram conduzidos para o Departamento de Polícia Legislativa, onde prestam depoimento.
Eles não foram identificados. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusou os manifestantes de serem os responsáveis pelo confronto e disse ter fotos e vídeos de congressistas incitando a multidão contra a polícia. “Parlamentares que incitaram a multidão a invadir ou agredir foram devidamente fotografados, filmados, e serão remetidos à Corregedoria.
E haverá sanções. (…) Que vai ter sanção de suspensão, vai”, afirmou Cunha. “Cada vez que há uma pressão dessa, exercida de forma indevida, o Congresso tem que responder votando, temos que ter o direito de exercer a representação. Protestos são legítimos, agora quando parte para a agressão, para o baixo nível, para a depredação, como ocorreu aqui hoje, o Congresso tem que reagir votando. Quanto mais agridem, mais dá vontade de votar”, disse Cunha.
*Brasil29

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