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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, abril 02, 2015

Outro helicóptero apreendido, de prefeito tucano chegado a Aécio.



Nos 92 municípios do Rio de Janeiro, o PSDB só elegeu 2 prefeitos em 2012. Um em Trajano de Morais (11 mil habitantes) e outro em Itaguaí (111 mil hab.). Um deles foi afastado e indiciado por associação criminosa, lavagem de dinheiro e fraude em licitações.

É o ex-prefeito de Itaguaí, Luciano Mota (PSDB), eleito com apoio direto de Aécio Neves.

Foi afastado do cargo ontem (31) por decisão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, por causa da Operação Gafanhotos da Polícia Federal, que investiga desvios na prefeitura de R$ 30 milhões por mês no SUS e dos royalties do petróleo.

O dinheiro da prefeitura para saúde saía dos cofres públicos mas não chegava no atendimento médico ao cidadão. Enquanto isso, coincidentemente, o prefeito aecista passou a andar de Ferrari, Land Rover e comprou um helicóptero, causando desconfiança e revolta na população.

A Polícia Federal (PF) apreendeu hoje (1º) os bens do ex-prefeito, incluindo o helicóptero e três carros de luxo.

Baladas

Assim como Aécio, Mota tem fama de baladeiro.

Em dezembro de 2013, uma conta de bar do ex-prefeito ficou em R$ 6.455,00.

A parte mais extravagante foi 3 garrafas de champanhe Don Pérignon, uma das mais caras do mundo. Cada garrafa custou R$ 2 mil no Miroir Club, na Lagoa, área nobre da noite carioca.

O ex-segurança de Mota, Alexandre Marques da Silva, 47 anos, gravou vídeos e testemunhou fatos e conversas sigilosas.

Por meio do material coletado pelo segurança – que foi policial militar em Itaguaí por mais de 10 anos – a Polícia Federal obteve provas e evidências do esquema de corrupção montado.

Em entrevista ao Jornal Atual, Alexandre falou da ostentação com dinheiro público, de propinas de empresários em estacionamentos de shoppings e descreve como o dinheiro circulava em porta-malas de veículos, como viajou de helicóptero para São Paulo a fim de comprar um Land Rover de R$ 580 mil e a rotina de festas, baladas e contas em boate que chegavam aos R$ 20 mil.

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