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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, abril 02, 2015

TRABALHADORES SE UNEM CONTRA MCEXPLORAÇÃO


247 – Trabalhadores do mundo todo se uniram em uma campanha global por direitos trabalhistas no McDonald´s. Protestos que antes aconteciam apenas nos Estados Unidos ganharam agora a adesão de outros 35 países, inclusive o Brasil. Um ato marcado para o dia 15 de abril deve reunir 60 mil pessoas em 200 cidades norte-americanas. "Pequenos preços? Baixos salários! Grandes lucros!", diz um dos cartazes na internet.
Na Europa, sindicados de trabalhadores denunciam evasão fiscal da ordem de 1 bilhão de euros por parte da rede entre 2009 e 2013. O pedido de investigação do McDonald's na região vem na esteira de investigações de outras multinacionais para que acordos fiscais com os governos sejam mais transparentes e poderá motivar a aplicação de novas regras que impeçam companhias de não pagar impostos em seus países.
No Japão, investidores americanos de fundos de pensão detentores de ações do McDonald's no mercado pedem a troca dos integrantes do conselho da empresa motivados pelas quedas nos resultados da companhia desde uma crise envolvendo o uso de matéria-prima estragada. Uma federação trabalhista entende que o McDonald's no Japão não fez um controle adequado de fornecedores e fracassou ao não conseguir atingir padrões de segurança alimentar, o que gerou um efeito devastador sobre as receitas e os lucros da empresa.
No Brasil, a página da campanha #‎SemDireitosNãoéLegal‬ denuncia uma série de violações por parte da rede: "Não cuidar de funcionários que se queimam: NÃO É LEGAL! Não pagar adicional de insalubridade: NÃO É LEGAL! Ser contratado para uma função e exercer outra: NÃO É LEGAL!".
*247

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