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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, outubro 05, 2010

Bispo denuncia trama armada contra Dilma na seccional paulista da CNBB

Nossa presidente



Bispo denuncia trama armada contra Dilma na seccional paulista da CNBB



Ainda estou de ressaca da mais suja eleição presidencial  que se tem história neste país. Tenho ouvido e visto cada história disseminada pelos diversos canais de comunicação. 

O que está escrito abaixo é apenas uma artéria aberta por onde sangrou milhões de votos que estavam consolidados para Dilma, mas no meio do caminho veio a ONDA DE BOATOS, e foram muitos.

Ontem uma senhora disse: eu ainda estou em dúvida porque o que falam desta mulher, não tem comparação, nem com o Lula nas eleições de 1989. 

Na verdade, disseminou-se uma campanha para desconstrução da Dilma jamais visto neste país.


Maria Inês Nassif
conta hoje, no Valor Econômico, como a Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) patrocinou uma campanha contra a candidatura de Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores. A matéria relata que, no dia da eleição, o padre Paulo Sampaio Sandes expôs na homilia o suposto veto da Igreja Católica brasileira a Dilma e a todos os candidatos do PT. Segundo informa Maria Inês Nassif, o padre Paulo faz parte de uma congregação tradicional que é contra, entre outras coisas, o aborto, a união civil de homossexuais e a adoção de crianças por casais de homossexuais. Na saída da missa, o padre distribuiu uma carta onde a regional da CNBB pede aos fies que não votem em candidatos que defendem o aborto, nomeando os candidatos petistas. Não foi um caso isolado.
O bispo de Jales, Demétrio Valentini (foto), denunciou que integrantes da Regional Sul, contando com a conivência de alguns bispos, articularam uma trama para induzir os fiéis paulistas a acreditarem que a CNBB nacional tinha imposto um veto aos candidatos do PT nessas eleições, o que é negado pela direção da entidade. “Estamos constrangidos, pois a nossa instituição foi instrumentalizada politicamente com a conivência de alguns bispos”, disse Valentini ao Valor. A Regional Sul 1, que abrange as dioceses do Estado de São Paulo, recomendou que às paróquias que distribuíssem o “Apelo aos Brasileiros”, que acusa o PT de ser parceiro do “imperialismo demográfico representado por fundações norteamericanas” e de “apoiar o aborto”. Apesar do desmentido da CNBB nacional, o documento foi distribuído em São Paulo.

Um dos articuladores do movimento antipetista na Igreja Católica, diz ainda a matéria de Maria Inês Nassif, é o bispo de Guarulhos, Dom Luis Gonzaga. Em julho deste ano, ele escreveu um artigo intitulado “Daí a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, onde, entre outras coisas, recomendou aos “verdadeiros cristãos católicos” que não apoiassem Dilma e o PT. Dom Valentini vem reagindo, por meio de artigos, contra esse movimento. “Não é bom para a democracia que alguns decidam pelos outros(…) Mas é pior ainda para a religião, seja qual for, pressionar os seus adeptos para que votem em determinados candidatos, ou proibir que votem em determinados outros em nome de convicções religiosas”, escreveu o bispo de Jales no artigo intitulado “Pela liberdade de consciência”.
*OlhosdoSertão

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