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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, julho 12, 2011

Fernando Haddad admite a possibilidade de disputar a Prefeitura de SP


Fernando Haddad
Uma alternativa aos tucanos


O ministro da Educação, Fernando Haddad, admitiu em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, na última sexta-feira (8), que seu nome, com sua autorização, "está efetivamente sendo discutido" no PT como um dos possíveis candidatos do partido à Prefeitura de São Paulo, nas eleições municipais do ano que vem.
- Eu tenho apreço por esse movimento. [Isso] é em função de uma realização pessoal, por ter feito um trabalho no MEC que ganhou alguma visibilidade. Não deixa de ser para mim e para a minha equipe um sinal de que o Brasil tem avançado na área social, tem de avançar mais, mas não deixa de ser um reconhecimento.
Sempre tratando o assunto com ressalvas e cuidado político para não desmerecer outros possíveis pré-candidatos do partido, Haddad diz que seu nome está longe de ser consenso.
 Existe o debate dentro do PT sobre essa questão, mas, na verdade, é a posição de uma parcela que é minoritária dentro do partido. Então, se eu considerar isso agora estarei cometendo dois erros: primeiro, com o ministério. Segundo, de natureza política, de não reconhecer que quem cogita essa possibilidade com algum entusiasmo é uma parcela minoritária do partido.
Em um partido dominado em São Paulo pela senadora e ex-prefeita Marta Suplicy, o ministro Haddad reconhece até que há uma enorme resistência a seu nome.

- Se fosse uma pretensão pessoal, isso me afetaria. Mas não é uma pretensão pessoal. É uma discussão que está sendo feita com um colegiado de pessoas. É natural que seja assim. Simpatias por um ou outro. Mas não é um projeto pessoal.
Haddad fez questão de citar os nomes de Marta e do seu colega de ministério Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia) como petistas que podem reivindicar, segundo ele, até com mais direito, a posição de candidatos à Prefeitura de São Paulo em 2012.
*Cappacete 

Lula deve reforçar Haddad para eleição em SP


O ex-presidente Lula deve reforçar hoje a pré-candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad, à disputa pela Prefeitura de São Paulo. Em meio à indefinição do PT sobre o candidato na capital paulista em 2012, Lula e Haddad participarão juntos do 52º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Ao lado do ministro, o ex-presidente participará também do II Encontro Nacional do Programa Universidade para Todos (Prouni). Os eventos serão em Goiânia, mas a expectativa de aliados de Haddad é que o discurso de Lula, no mesmo palanque do ministro, reverbere em São Paulo.

No PT, Lula é o principal defensor da candidatura de Haddad para a prefeitura paulistana e diz a seus interlocutores que o ministro poderia ter um bom diálogo com a classe média - calcanhar de Aquiles do PT na capital - e que representaria a renovação do partido em São Paulo. Petistas, no entanto, resistem à indicação e criticam Haddad por ter pouco trânsito entre as diferentes alas da legenda.

Haddad tem demonstrado disposição para disputar em 2012, mas terá de enfrentar pelo menos outros dois pré-candidatos: a senadora e ex-prefeita Marta Suplicy e o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. Dentro do partido há também pré-candidaturas de deputados, como as de Jilmar Tatto e Carlos Zarattini.

O PT tem como meta definir o candidato até o fim deste ano. O partido venceu a disputa pela capital paulista duas vezes: em 1988, com Luiza Erundina (atual deputada do PSB), e em 2000, com Marta Suplicy. A vitória na cidade é considerada estratégica para os petistas, para tentar conquistar o comando estadual, em 2014. O PSDB está na quinta gestão consecutiva no Estado.
*osamigosdopresidentelula

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