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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, julho 29, 2011

Brasil enviará ajuda a países africanos


Agência Brasil – O Ministério das Relações Exteriores informou nesta quinta-feira que o Brasil enviará 53 mil toneladas de alimentos para países da região conhecida como Chifre da África, que fica no Nordeste do continente. A expectativa é que dois grandes navios graneleiros deixem o país nos primeiros dias de setembro. Segundo o Itamaraty, o motivo da doação é o agravamento da seca que atinge a região.

A Somália receberá 38 mil toneladas, enquanto 15 mil toneladas serão encaminhadas a campos de refugiados na Etiópia. De acordo com o coordenador-geral de Ações Internacionais de Combate à Fome do Itamaraty, Milton Rondó Filho, inicialmente, os países receberão apenas feijão e milho. “A doação já era prevista, mas foi antecipada devido à piora da crise da seca. A declaração de fome [emitida pela Organização das Nações Unidas, a ONU] é da semana passada, mas já notamos que estava havendo deterioração na região”, disse Rondó.

O Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) vai intermediar a doação. Até agora, o Brasil embarcou 2,4 mil toneladas de feijão para o Haiti. De acordo com a ONU, a doação que será encaminhada aos países do Chifre da África equivale a R$ 34,5 milhões em alimentos, a décima em uma lista de 30 países.

A doação de alimentos a países em situação humanitária delicada é permitida por lei que entrou em vigor em junho. Ela autoriza o governo a doar, até junho do ano que vem, 500 mil toneladas de arroz, 100 mil toneladas de feijão, 100 mil toneladas de milho, 10 mil toneladas de leite em pó e 1 tonelada de sementes de hortaliças.

Além da Somália e da Etiópia, podem ser beneficiados países como a Bolívia, El Salvador, a Guatemala, o Haiti, a Nicarágua, o Zimbábue, Cuba, o Sudão, a República Centro-Africana, o Congo, Níger e a Coreia. Também foi autorizado o embarque para os países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa e para a Autoridade Nacional Palestina.

Região com pouco mais de 2 milhões de quilômetros quadrados de área e cerca de 90 milhões de habitantes, o Chifre da África fica no extremo Nordeste do continente. É formada pela Somália, Etiópia, Eritreia e pelo Djibuti. Fica na Península Arábica que, em sua parte asiática, tem o Iêmen, a Arábia Saudita, Omã, os Emirados Árabes e o Kwait.
*Brasilmobilizado

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