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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, julho 17, 2011

Juca, CBF: Brasil tem que ir à Justiça x Teixeira

Mr. Teixeira, did you accept the bribe ?
Saiu na Carta Capital que está nas bancas, pág. 55, entrevista do jornalista Juca Kfouri, chamado de “o calo de Ricardo Teixeira”.

Teixeira move mais de 50 ações contra Kfouri na Justiça.

Como diz este ansioso blogueiro, sobre as 37 ações que movem contra ele, diz-me quem te processa e dir-te-ei quem és.

Kfouri lembra o repórter da BBC, Andrew Jennings, aquele que faz a pergunta que, abruptamente, faz o Teixeira correr para dentro do carro: Mr. Teixeira, o senhor aceitou a propina ?

Clique aqui para ler “revista de banqueiros dá indulgência plena a Teixeira”.

Jennings diz que o Brasil tem uma grande chance de se livrar do Teixeira antes da Copa de 2014.

Lembra o Kfouri: o Itamaraty tem a obrigação de entrar na Justiça da Suíça como parte interessada para quebrar o sigilo e confirmar que Teixeira e o sogro, Havelange, tiveram mesmo que devolver uma propina.

Se o documento comprovar o que Jennings denunciou na BBC, o Ministro dos Esportes, Orlando Silva, sempre tão afável com Teixeira, será obrigado a desconvocá-lo.

“O Governo brasileiro tem o direito de ir à Justiça da Suíça pedir para quebrar o sigilo”, diz Kfouri.

Afinal, Teixeira e a filha vão “supervisionar” gastos superiores a R$ 2 bilhões em obras e serviços para a Copa.

E ainda terão o poder de nomear para guardião da segurança da Copa o Luiz Fernando Corrêa, aquele que tentou impedir a Operação Satiagraha e até hoje não achou o áudio do grampo.

Clique aqui para ler “o padrão Dilma de combater a corrupção”; aqui para ler o que o Mino falou sobre o Teixeira e as afabilidades do Ministro dos Esportes; e aqui, já que falamos em Satiagraha, para ver que o ex-Supremo Presidente Supremo do Supremo defende o Pagot.

O Governo Dilma só fica com o Teixeira até 2014 se quiser.

Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és.


Paulo Henrique Amorim

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