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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, junho 17, 2012

Papa afirma que abuso de crianças por padres ‘é um mistério’

 


 


Caricatura do papa Bento 16
Em mensagem apresentada em vídeo no encerramento do 50º Congresso Eucarístico Internacional, hoje (17) em Dublin, Irlanda, o papa Bento 16 (na caricatura ao lado) disse que o abuso sexual de crianças por padres e outras pessoas ligadas à Igreja são “um mistério”.

“Em vez mostrar o caminho para Cristo, para com Deus, em vez de dar testemunho de sua bondade, eles abusaram de pessoas e minaram a credibilidade da mensagem da Igreja", disse.


"Como se explica que pessoas que recebem regularmente o corpo do Senhor e confessam seus pecados no sacramento da Penitência tenham pecado desta maneira? Continua sendo um mistério. Mas, evidentemente, seu cristianismo não estava alimentado pelo encontro com Cristo."  

Para as autoridades da Irlanda (país que já foi um dos mais católicos do mundo), não há nenhum “mistério”. Investigações que resultaram em farta documentação constaram que ao longo de décadas sacerdotes e freiras abusaram de pelo menos 12 mil crianças, com a conivência e acobertamento da hierarquia católica, incluindo o Vaticano.

O resultado é que, na Irlanda, padre virou sinônimo de pedófilo e houve uma fuga em massa de fiéis das igrejas. A ponto de o arcebispo Diarmiud Martin, de Dublin, ter admitido no Congresso Eucarístico que a prioridade da Igreja Católica no país é a luta pela sobrevivência.

A alegação de Bento 16 de que tudo é um “mistério”, em vez de ajudar, poderá complicar ainda mais a Igreja, porque demonstra (ou confirma) que o Vaticano ainda não começou a enfrentar de frente o problema da pedofilia de seus sacerdotes.

Com informação da AP.
Padres e freiras abusaram de 12 mil jovens na Irlanda em 6 décadas.
maio de 2009

Casos de padre pedófilo.

Leia mais em http://www.paulopes.com.br/#ixzz1y6m3RwTC
Paulopes 

«Pedófilos religiosos prejudicam a credibilidade da Igreja» – Bento XVI
O Banco do Vaticano (IOR) prejudica muito mais.
*DiarioAteista

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