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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, junho 15, 2012

Triste fim o do PV

BA: ACM Neto oficializa nome do PV como vice de sua chapa




Em evento realizado na tarde desta quinta-feira, DEM e PV oficializaram aliança na eleição para a prefeitura de Salvador. Foto: Valter Pontes/Divulgação

O DEM de Salvador oficializou na tarde desta quinta-feira o nome da professora Célia Sacramento, do Partido Verde (PV), como vice na chapa que tentará eleger o deputado federal ACM Neto prefeito da capital baiana. O evento ocorreu no Teatro Caballeros de Santiago e contou com a presença de membros das duas legendas.


O nome do vice na chapa de ACM Neto era objeto de desejo do PSDB, aliado do partido, que, segundo especulações, pretendia lançar o presidente municipal da legenda, José Carlos Fernandes, como o vice do pré-candidato do DEM. Com a escolha de Célia, o DEM traz para a chapa um nome ligado ao movimento negro na cidade, e busca associar assim a imagem do partido com a causa. 
 
"Me surpreendi nas conversas mantidas com ACM Neto, quando ele propôs a construção conjunta do projeto de um novo governo para Salvador, valorizando as políticas de promoção da igualdade e a questão do meio ambiente e da sustentabilidade", afirmou Célia ao dizer o motivo que a levou a aceitar o cargo de vice na chapa do pré-candidato do DEM. 

Com a oficialização do nome de Célia, o DEM firma o apoio do terceiro partido para a chapa que já conta com PSDB e PPS, que apoiarão ACM Neto na disputa da prefeitura em outubro. Segundo a assessoria de imprensa do deputado, o apoio dos verdes vale apenas para a majoritária, eleição para cargo executivo. A convenção do DEM em Salvador será no próximo dia 18, quando o partido anunciará, enfim, seus candidatos e a coligação que disputará as eleições municipais.

Perfil

Célia Oliveira de Jesus Sacramento tem 44 anos, e é formada em Contabilidade. Ela atualmente é professora da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e dos cursos de pós-graduação de outras cinco instituições, como a Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). Célia é filiada ao PV há seis anos, e já concorreu à Câmara Municipal, em 2008, e à Câmara Federal, em 2010, mas não se elegeu em nenhuma das oportunidades. Fonte:Portal Terra

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