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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, julho 27, 2014

Jornal do Brasil. "Santander deveria ser punido pelo BC e TSE. O cinismo que envolve a declaração do Banco Santander a seus clientes milhardários claramente ameaça a pobreza brasileira. Esses delinquentes jamais teriam coragem de fazer isso na Espanha, país onde conseguiram criar essa instituição, com o governo democrático quebrando ou ameaçando os bancos da época de Franco."

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Banqueiro espanhol incentiva fuga de capitais do Brasil 

Santander deveria ser punido pelo BC e TSE



O Banco Santander enviou um informe aos seus clientes milhardários dizendo que, caso Dilma se estabilize ou volte a subir nas sondagens para as eleições de outubro, o cenário macroeconômico poderia se deteriorar, com câmbio desvalorizado, juros mais elevados e o índice Ibovespa em baixa. Logo depois, o banco espanhol pediu desculpas ao governo brasileiro.
O cinismo que envolve a declaração do Banco Santander a seus clientes milhardários claramente ameaça a pobreza brasileira. Esses delinquentes jamais teriam coragem de fazer isso na Espanha, país onde conseguiram criar essa instituição, com o governo democrático quebrando ou ameaçando os bancos da época de Franco.
Nem Lincoln Gordon, embaixador do governo dos EUA e comprovado colaborador do golpe de 1964 em nome do governo americano, conforme consta em livros do jornalista Élio Gaspari, nem ele ousou interferir no mercado financeiro brasileiro. É inaceitável que um banqueiro estrangeiro use funcionários como cabos de espadas para sangrar a economia brasileira, incitando a seus milhares de clientes a coagirem seus empregados a votarem em candidatos que, se eleitos, continuarão promovendo lucros para seus acionistas espanhóis, que criaram esse banco, que é sucessor dos bancos franquistas.
O Tribunal Superior Eleitoral não precisa ser chamado num crime tão escandaloso como esse para poder atuar. O Banco Central, além de suas obrigações, como responsável pela política monetária do país, tem também compromissos políticos com  o povo para que não permita que um atravessador dessa categoria, que se intitula banco, possa fazer do Brasil o que pensa em fazer.

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