Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, agosto 30, 2014

Rússia adverte EUA sobre um ataque sem permissão na Síria


Da redação do Vermelho, com informações da Hispan TV

5750
Rússia alerta norte-americanos sobre a quebra de soberania nacional na Síria.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, alertou os Estados Unidos que um ataque aéreo contra o grupo terrorista Estado Islâmico dentro do território sírio, sem a permissão do governo de Damasco, é uma “flagrante violação” do direito internacional.
“Os americanos anunciam que vão bombardear os terroristas na Síria sem a aprovação (governo sírio), dissemos que esta é uma violação flagrante do direito internacional”, disse Lavrov’.
Segundo ele, os Estados Unidos finalmente admitiu que os terroristas estão na linha de frente da luta contra o governo sírio.
*orientemidia

“A luta contra o terrorismo é uma obrigação (…), mas, a fim de isolar os terroristas, EUA tem que coordenar com as autoridades sírias”, disse o ministro das Relações Exteriores russo.

Ele também criticou o duplo padrão que caracteriza a política norte-americana, denunciando que Washington se opôs à entrada dos comboios de ajuda humanitária da Rússia na Ucrânia e afirmando que isso seria uma violação da soberania dos ucranianos.
No entanto, Lavrov acrescentou, os Estados Unidos forneceram vários tipos de apoio a grupos na Síria, sem o consentimento de Damasco, mas isso não é considerado uma violação da soberania do país árabe.

split_2665268b

Enquanto algumas autoridades americanas levantaram a possibilidade de realizar um bombardeio nas regiões dominadas pelo Estado Islâmico na Síria, o governo de Damasco alertou que qualquer esforço para combater o terrorismo no território sírio deve ser feito com a sua permissão e consentimento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário