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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
quarta-feira, fevereiro 29, 2012
Forças Armadas vão punir os militares que assinaram manifesto
Eles contestaram a autoridade do ministro da Defesa, Celso Amorim
BRASÍLIA
- O ministro da Defesa, Celso Amorim, decidiu nesta quarta-feira, em
conversa com os três comandantes militares, que os cem oficiais da
reserva que assinaram o manifesto "Alerta à Nação - eles que venham,
aqui não passarão" serão repreendidos por suas respectivas forças. A
punição pela indisciplina depende do regulamento de cada um, do
Exército, da Marinha e da Aeronáutica, e varia de uma simples
advertência até a exclusão da força. Mesmo militares da reserva podem
ser excluídos.
Nesse texto, os
militares da reserva criticaram a interferência do governo no site do
Clube Militar e o veto a um texto ali publicado que critica a presidente
Dilma Rousseff e duas ministras. Nesse "Alerta à Nação", os oficiais
afirmam não reconhecer "qualquer tipo de autoridade ou legitimidade” de
Celso Amorim.
"Em uníssono,
reafirmamos a validade do conteúdo do Manifesto publicado no site do
Clube Militar, a partir do dia 16 de fevereiro, e dele retirado, segundo
o publicado em jornais de circulação nacional, por ordem do Ministro da
Defesa, a quem não reconhecemos qualquer tipo de autoridade ou
legitimidade", diz o documento.
Como no manifesto vetado no site do Clube Militar, o documento de terça-feira também critica a criação da Comissão da Verdade.
"A
aprovação da Comissão da Verdade foi um ato inconsequente, de
revanchismo explícito e de afronta à Lei da Anistia com o beneplácito,
inaceitável, do atual governo".
O
texto publicado no site do Clube Militar atribuía à ministra da
Secretaria Especial de Direitos Humanos, Maria do Rosário, e à ministra
da Secretaria Especial de Política para as Mulheres, Eleonora Menicucci,
declarações que estariam a serviço do que classificaram de "minoria
sectária", disposta a reabrir feridas do passado. O primeiro manifesto
polêmico foi assinado pelos presidentes do Clube Militar, Renato Cesar
Tibau Costa; do Clube Naval, Ricardo Cabral; e do Clube da Aeronáutica,
Carlos de Almeida Baptista, todos já na reserva.
No
texto, dizem que Rosário vem apregoando a possibilidade de apresentação
de ações judiciais para criminalizar agentes da repressão, enquanto
Eleonora teria usado a cerimônia de posse — em 10 de fevereiro — para
tecer "críticas exacerbadas aos governos militares", sendo aplaudida por
todos, até pela presidente. Eleonora foi presa durante a ditadura
militar e, na cadeia, conheceu Dilma.
O
texto diz ainda que o Clube Militar não se intimida e continuará atento
e vigilante e diz que as Forças Armadas são a instituição com maior
credibilidade na opinião pública.
*Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
Poliamor estamos evoluindo?
Cada vez que uma TV resolve fazer um debate que envolva amor,
casamento, sexo e etc., qual a razão de ter sempre um convidado
profissional de religião cristã, neste caso católico, sem experiência no
assunto (suponho que não tem… mas isto sou eu a pensar) para dar
palpites do que é certo ou errado?
*DiarioAteista
*DiarioAteista
Queda recorde na pobreza extrema
Da Agência France Press, desde Washington:
“O número de pobres que vivem com menos de US$ 1,25 por dia caiu a níveis recorde na América Latina no triênio 2005-2008, a 6,5% da população, a mesma tendência apresentada em todos os países em desenvolvimento, informou nesta quarta-feira o Banco Mundial.
Em 2008, um total de 1,29 bilhão de pessoas, o equivalente a 22% da população dos países em desenvolvimento, vivia em extrema pobreza, ou seja, com menos de US$ 1,25 por dia, a cota internacional fixada pelo Banco Mundial.
Isso representa uma queda pela metade em relação a 1990, quando o BM começou a avaliar de forma sistemática e integral a pobreza no mundo.
Também significa que o primeiro objetivo de desenvolvimento do Milênio, que era reduzir a extrema pobreza à metade em relação a 1990, foi cumprido antes da data limite de 2015, segundo as estatísticas do Banco.
Um total de 1,94 bilhão de pessoas vivia em extrema pobreza em 1981, o que acentua o êxito desta redução da pobreza, levando-se em conta o aumento geral da população mundial.
“Esta redução geral ao longo de um ciclo trienal de seguimento se dá pela primeira vez desde que o Banco começou a contabilização da extrema pobreza”, explicou o texto.
AL E CARIBE
Na América Latina e no Caribe, “a partir de um máximo de 14% de pessoas que viviam com menos de US$ 1,25 por dia em 1984, a taxa de pobreza alcançou seu nível mais baixo até então [6,5%] em 2008″, explicou o texto.
A porcentagem de pobres que vivem com menos de dois dólares por dia na região era de 12% em 2008, explicou em uma coletiva de imprensa por telefone Martin Ravallion, diretor do Grupo de Pesquisas do Banco.
Na América Latina, o número de pobres aumentou até 2002, mas veio diminuindo de forma pronunciada desde então.”
2002,2002, 2002? O que será que aconteceu de lá pra cá, o que será?
*Tijolaço
“O número de pobres que vivem com menos de US$ 1,25 por dia caiu a níveis recorde na América Latina no triênio 2005-2008, a 6,5% da população, a mesma tendência apresentada em todos os países em desenvolvimento, informou nesta quarta-feira o Banco Mundial.
Em 2008, um total de 1,29 bilhão de pessoas, o equivalente a 22% da população dos países em desenvolvimento, vivia em extrema pobreza, ou seja, com menos de US$ 1,25 por dia, a cota internacional fixada pelo Banco Mundial.
Isso representa uma queda pela metade em relação a 1990, quando o BM começou a avaliar de forma sistemática e integral a pobreza no mundo.
Também significa que o primeiro objetivo de desenvolvimento do Milênio, que era reduzir a extrema pobreza à metade em relação a 1990, foi cumprido antes da data limite de 2015, segundo as estatísticas do Banco.
Um total de 1,94 bilhão de pessoas vivia em extrema pobreza em 1981, o que acentua o êxito desta redução da pobreza, levando-se em conta o aumento geral da população mundial.
“Esta redução geral ao longo de um ciclo trienal de seguimento se dá pela primeira vez desde que o Banco começou a contabilização da extrema pobreza”, explicou o texto.
AL E CARIBE
Na América Latina e no Caribe, “a partir de um máximo de 14% de pessoas que viviam com menos de US$ 1,25 por dia em 1984, a taxa de pobreza alcançou seu nível mais baixo até então [6,5%] em 2008″, explicou o texto.
A porcentagem de pobres que vivem com menos de dois dólares por dia na região era de 12% em 2008, explicou em uma coletiva de imprensa por telefone Martin Ravallion, diretor do Grupo de Pesquisas do Banco.
Na América Latina, o número de pobres aumentou até 2002, mas veio diminuindo de forma pronunciada desde então.”
2002,2002, 2002? O que será que aconteceu de lá pra cá, o que será?
*Tijolaço
Irã rompe uma lança a favor do desarmamento nuclear, com Israel em pé de guerra (+Vídeo)
O Irã pede pela eliminação total das armas
nucleares no mundo. “A produção, a posse, o uso ou a ameaça de uso de armas
nucleares é ilegal, inútil, nocivo, perigoso e proibido como um pecado capital”,
disse terça-feira o ministro de Assuntos Exteriores iraniano, Ali Akbar Salehi,
em seu discurso durante a Conferência da ONU sobre o Desarmamento em Genebra.
Ademais, o diplomático indicou que Teerã se mostra
disposto a continuar o diálogo com o Organismo Internacional de Energia
Atômica, apesar do fracasso da última missão de seus observadores, que asseguram
que a república islâmica não coopera com suficiente transparência em relação a
seu programa nuclear.
Entretanto, o governo israelense podia começar uma
ofensiva militar contra o Irã sem por sobre aviso a Washington, informam alguns
meios de comunicação.
O diretor do centro de estudos do Oriente Médio Contemporâneo
e Coordenador da Cátedra de Euro-Ásia do Instituto de Relações Internacionais da
Universidade Nacional “de la Plata” (Argentina), Paulo Botta, opina que, com
esta manobra, Tel Aviv coloca pressão sobre o presidente dos EUA, Barack Obama,
para tentar conseguir apoio militar de Washington, em caso de um eventual
ataque contra a republica islâmica.
“O grande problema é que o sentido de urgência que
tem Israel não é compartilhado pelos Estados Unidos, que no meio de um ano
eleitoral, tentarão por todos os meios possíveis evitar qualquer problema
exterior. A grande aposta do Estado de Israel é pressionar ao presidente Obama
de maneira tal que os críticos republicanos (…) obriguem ao presidente Obama a
tomar partido do lado israelense”, assegurou Botta.
“Acredito que o principal interesse israelense é
conseguir um apoio militar, caso se decida optar por uma solução militar na
questão iraniana. O que estamos vendo é que Israel está fazendo todo o possível
para convencer seus aliados, fundamentalmente, os Estados Unidos, de que a
opção militar é a solução para o caso iraniano”, afirma o analista, que coloca
em questão o juízo de que Israel pode atuar ou, melhor dizendo, atacar por si
só.
“Acredito que não seja confiável o que estão
dizendo os funcionários israelenses porque o impacto que teria a nível regional,
no Oriente Médio, de um ataque israelense ao Irã, seria tão importante que não
ajudaria a isolado a opinião dos Estados Unidos. Portanto, creio que esta
opinião é mais um exercício de pressão retorica para os Estados Unidos”,
considerou.
Coreia do Norte confirmou a suspensão de seu programa nuclear (+Vídeo)
Coreia do Norte confirmou a suspenção de seu
programa nuclear, as atividades relacionadas com o enriquecimento de uranio e
lançamentos de misseis de longo alcance.
“Para melhorar o ambiente de diálogo e mostrar sua
disponibilidade para se desnuclearizar, a República Popular Democrática da
Coreia acordou em introduzir uma moratória contra lançamentos de misseis de
longo alcance e provas nucleares”, informou o Departamento de Estado dos
Estados Unidos. As autoridades norte-coreanas concordaram, também, em parar o
reator de Yongbyon, principal servidor nuclear, aparentemente, de caráter bélico,
e permitir o acesso dos inspetores do Organismo Internacional de Energia Atômica
(OIEA) a suas instalações nucleares.
“EUA está profundamente preocupado pelas atividades
da Coreia do Norte em relação a um amplo circulo de problemas, mas, a
declaração de hoje reflete um importante – embora seja reduzido – avanço até resolvê-los”,
destacou a porta-voz do Departamento de Estado, Vitoria Nuland.
Como contrapartida, Washington está disposto a
considerar a possibilidade de enviar a Pyongyang 240.000 toneladas de
alimentos, confirmou, por sua parte, o Ministério das Relações Exteriores da
República Popular Democrática da Coreia do Norte. Comunicou que os detalhes do
fornecimento serão estipulados em um futuro próximo.
“A moratória nuclear norte-coreana é um ‘modesto’ primeiro
passo na direção correta. Washington seguirá atentamente e concluirá segundo a
atuação das novas autoridades do país”, sustentou a secretaria de Estado
norte-americana, Hillary Clinton.
A OIEA, por sua parte, aplaudiu a decisão de
Pyongyang e a qualificou de “um importante avanço”. Comunicou, também, que está
disposto a mandar uma delegação ao país para comprovar o cumprimento da moratória.
O Ministro do Exterior da Coreia do Sul qualificou
o acordo conseguido entre EUA e Coreia do Norte como “um fundamento de um
movimento adiante para resolver o problema nuclear norte-coreano”. Japão, um
dos integrantes do sexteto que se dedica a abordar os temas do programa nuclear
norte-coreano a nível internacional, também, reconheceu que se trata de um importante
passo para a resolução da crise nuclear na península coreana.
Tradução de Luis Carlos (Redação do blog o povo na
luta faz história)
Calmon quer ampliar
poder do CNJ. Tomara !
Saiu no Valor:
Eliana Calmon quer aprovação da PEC que amplia competência do CNJ
A corregedora nacional de
Justiça, ministra Eliana Calmon, defendeu a aprovação da Proposta de
Emenda à Constituição (PEC) que explicita e amplia a competência do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e de sua corregedoria para
investigar, processar e punir magistrados acusados de irregularidades. A
ministra particip(ou) de audiência pública na Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) do Senado para discutir a PEC 97/2011.
Segundo a ministra, embora o
Supremo Tribunal Federal (STF) tenha reconhecido, em decisão recente, o
papel do CNJ de atuar nesses casos, o resultado é frágil e poderia ser
revertido. “Trata-se de uma decisão liminar, por maioria bastante
reduzida”, disse.
Para Eliana, a competência do
CNJ também poderia voltar a ser questionada “em um instrumento de
iniciativa do próprio STF”, a Lei Orgânica da Magistratura, atualmente
em processo de revisão. Por isso, de acordo com ela, seria importante
esclarecer as funções do CNJ através de uma mudança constitucional,
proposta na PEC 97, de autoria do senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
Eliana ressaltou que a
discussão é bem-vinda num momento que o Judiciário e a sociedade
brasileira passam por um “esgarçamento ético bastante acentuado”. Ela
defendeu a necessidade de uma atuação independente da corregedoria
nacional em relação aos tribunais locais, tendo em vista “a dificuldade
que temos de punir nossos iguais”.
A ministra também elogiou a
participação da sociedade brasileira nas discussões sobre o papel do
CNJ. “O povo brasileiro parece que se apropriou do CNJ como se fosse uma
sociedade privada e marchou para as redes sociais, a imprensa, os
Facebooks da vida, mostrando o que estava pensando sobre o CNJ. E esse
órgãozinho criado em 2004 passou a ser questionado por um porteiro do
prédio, um faxineiro de edifício… Foi uma das coisas mais lindas que eu,
como cidadã brasileira, presenciei.”
(Maíra Magro | Valor)
A versão online do Valor omite trecho que está na versão impressa:
Disse Calmon, a heroína da Bahia (graças ao Ministro Peluso):“… Faço isso em prol da magistratura correta, decente, que não pode ser misturada com meia dúzia de vagabundos que estão infiltrados na magistratura”.
Este ansioso blogueiro, que se enobrece com mais de 40 ações judiciais – clique aqui para ler “Diz-me quem te processa e dir-te-ei quem és” – dá um testemunho: há uma Magistratura no Brasil !
O ansioso blogueiro gostaria, publicamente, de ressaltar o papel profissional, isento, conciliador, de um homem que se preocupa com a Lei e o respeito aos litigantes: o Juiz Daniel Felipe Machado, da 12ª Vara Cível da Circunscrição Judiciária de Brasilia-DF.
Apesar de todos os obstáculos e, ao fim de quatro horas e meia de febril negociação, Daniel Felipe Machado conseguiu persuadir este ansioso blogueiro e Heraldo Pereira de Carvalho a chegar a um acordo que respeita os legítimos interesses dos dois – clique aqui para ler “A verdadeira conciliação entre Heraldo Perreira de Carvalho e Paulo Henrique Amorim”.
É essa Magistratura que a heroína da Bahia, mais do que ninguém, pretende defender.
Essa Calmon …
Paulo Henrique Amorim
Que venham os saudosistas da ditadura. Eles não passarão
“Eles que Venham. Por Aqui Não Passarão”
é o título de uma nota divulgada ontem, por 98 militares da reserva,
criticando a Comissão da Verdade – criada para esclarecer quem foram os
responsáveis por mortes, torturas e desaparecimentos na ditadura, mas
sem poder de punição. Eles reafirmam outro manifesto que havia sido
divulgado anteriormente, em que reconhecem que a comissão é um “ato
inconsequente de revanchismo explícito e de afronta à Lei da Anistia com
o beneplácito, inaceitável, do atual governo”.
Minha crítica à Comissão da Verdade é exatamente o contrário: ela foi aprovada em versão light, sem a força que deveria ter.
Pouco me importa o que pensam os verde-oliva da reserva. Eles podem reclamar até se engasgar com o chá da tarde no Clube Militar. A meu ver, demonstrações de afeto a um período autoritário são peça de museu, pertencentes a um tempo que, se não fizermos nenhuma besteira, nunca mais vai se repetir. Vivemos em uma democracia e, por isso, e só por isso, qualquer um (inclusive eles) podem se manifestar à vontade. O problema são as consequências da permanência de uma forma de pensar na sociedade, que é passada sem questionamento para as gerações mais jovens, tornando a dignidade humana algo relativo e flexível.
Para isso, gostaria de tomar a liberdade e reproduzir um texto que já postei aqui há um bom tempo – atualizado, é claro, com informações novas:
Não conheço pessoa que, tendo amado intensamente ou vivido uma dor muito forte, não pensou, pelo uma vez, na possibilidade de ter suas memórias arrancadas fora em um passe de mágicas. Considerando que deve levar um tempinho ainda até que desenvolvam um aparelho como o do filme “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças”, perguntei a uma médica-amiga se já haviam inventado remédio para acentuar o esquecimento. E, em caso positivo, se ela poderia me deixar receitadas uma ou duas caixas – nada demais, apenas para as intempéries do dia-a-dia. Ora, por que não? Inventam pílulas para tudo, de ereção prolongada até suadouro nas mãos! Com um sorriso, ela me lembrou que tal remédio já existe e é consumido pela humanidade desde que o primeiro hominídio percebeu que comida fermentada dá barato.
É claro que todos os percalços fazem parte da caminhada de cada um e da grande marcha de uma sociedade e que, portanto, são importantes no processo de aprendizado. Mas e quando a lição já foi entendida e a lembrança, não resolvida, continua a martelar nosso cotidiano?
Dia desses, trouxe aqui a história de Maria Francisca Cruz, uma “quase” viúva. Seu marido foi trabalhar na Amazônia, deixando para trás sete filhos e o silêncio. Enveredou-se por outro colo? Está preso? Tem medo de voltar? Falam que morreu tentando fugir de uma fazenda… Quem sabe? Dor maior não é saber que acabou. É não ter certeza disso.
Acordar de manhã sem alguns pressupostos básicos é angustiante. Imagine, então, aguardar o retorno de alguém que nunca aparece. Conheço gente cujos pais foram sumidos pela Gloriosa dos Verde-Oliva. A família parou no tempo, porta-retratos não saem do mesmo lugar em que estavam desde quando ainda éramos 90 milhões em ação. Até a poeira do relógio de pulso aguardando o dono é a mesma, sofrendo em silêncio.
O governo brasileiro resolveu não mais tentar buscar a revisão da Lei da Anistia. Mais do que punir torturadores, seria uma ótima forma de colocar pontos-finais em muitas das histórias em aberto e fazer com que pessoas tivessem, pela primeira vez em décadas, uma noite de sono inteira. A Presidência da República resolveu investir suas fichas na Comissão da Verdade, criada pelo Congresso Nacional. Até agora, o governo insiste em manter trancados a sete chaves documentos considerados ultrassecretos, além de inventar desculpa atrás de desculpa para não vomitar todos os arquivos da ditadura. Garantindo que representantes daquele tempo, como o Coronel Brilhante Ustra, possam continuar reinventando a história como quiserem, uma vez que a prova dos nove está encaixotada em algum lugar.
(Carlos Alberto Brilhante Ustra foi acusado pela família do jornalista Luiz Eduardo Merlino, torturado e assassinado no Doi-Codi, em São Paulo, em 1971. Pede-se o reconhecimento público da responsabilidade do coronel pela morte de Merlino. Ustra era comandante do Doi-Codi e diversas testemunhas – entre elas o ex-ministro-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Paulo Vannuchi, preso no local na mesma época – afirmam ter visto Merlino em estado gravíssimo após sessões de tortura.)
Em nome de uma suposta estabilidade institucional, o passado não resolvido permanece nos assombrando. E incomodando através de um olhar perdido da mãe de um amigo que, da janela, permanece a esperar.
Isso tudo com a ajuda de colegas jornalistas que esqueceram que a função primeira da profissão não é ajudar restolhos da ditadura sob a justificativa de garantir essa estabilidade, mas trazer à tona o que está submerso. Repetem ad nauseam: “Não é hora de mexer nesse assunto”.
A Corte Interamericana de Direitos Humanos concluiu que o Brasil é responsável pelo desaparecimento de 62 pessoas entre os anos de 1972 e 1974, durante a Guerrilha do Araguaia. Disse que a Lei da Anistia impede o acesso à verdade dos fatos e pediu que ela fosse revista. Nesse caso, o Supremo Tribunal Federal, que vem sendo sensível em decisões sobre a dignidade humana, deu de ombros.
Uma pesquisa do Datafolha em 2010 apontou que 45% da população era contrária à punição de agentes que torturaram presos políticos durante a ditadura militar contra 40% a favor. Agarro-me desesperadamente à esperança de que o pessoal não entendeu exatamente do que se tratava.
Em enquete realizada este ano por este humilde blog, o resultado foi o contrário, com a grande maioria apoiando a punição contra quem torturou durante a Gloriosa. Orgulho dos meus leitores que, contudo, não representam a posição do restante da sociedade.
O impacto de não resolvermos o nosso passado se faz sentir no dia-a-dia dos distritos policiais, nas salas de interrogatórios, nas periferias das grandes cidades, nos grotões da zona rural, com o Estado aterrorizando parte da população (normalmente mais pobre) com a anuência da outra parte (quase sempre mais rica). A ponto de ser banalizada em filmes como Tropa de Elite, em que parte de nós torceu para os mocinhos que usavam o mesmo tipo de método dos bandidos no afã de arrancar a “verdade”.
A justificativa é a mesma usada nos anos de chumbo brasileiros ou nas prisões no Iraque e em Guantánamo, em Cuba: estamos em guerra. Ninguém explicou, contudo que essa guerra é contra os valores que nos fazem humanos e que, a cada batalha, vamos deixando um pouco para trás. Esse é o problema de sermos o país do “deixa disso” ou mesmo do “esquece, não vamos criar caso, o que passou, passou” e ainda do “você vai comprar briga por isso? Ninguém gosta de briguentos”. Enquanto não acertarmos as contas com nossa história, não teremos capacidade de entender qual foi a herança deixada por ela – na qual estamos afundados até o pescoço e que nos define.
A verdade é que não queremos olhar para o retrovisor não por ele mostrar o que está lá atrás, mas por nos revelar qual a nossa cara hoje. E muitos de nós não suportarão isso.
O presidente do Senado chegou a defender o sigilo dos documentos da ditadura da qual fez parte.
Mas, e agora José? O que eu faço para esquecer?
*Blog do Sakamoto
Minha crítica à Comissão da Verdade é exatamente o contrário: ela foi aprovada em versão light, sem a força que deveria ter.
Pouco me importa o que pensam os verde-oliva da reserva. Eles podem reclamar até se engasgar com o chá da tarde no Clube Militar. A meu ver, demonstrações de afeto a um período autoritário são peça de museu, pertencentes a um tempo que, se não fizermos nenhuma besteira, nunca mais vai se repetir. Vivemos em uma democracia e, por isso, e só por isso, qualquer um (inclusive eles) podem se manifestar à vontade. O problema são as consequências da permanência de uma forma de pensar na sociedade, que é passada sem questionamento para as gerações mais jovens, tornando a dignidade humana algo relativo e flexível.
Para isso, gostaria de tomar a liberdade e reproduzir um texto que já postei aqui há um bom tempo – atualizado, é claro, com informações novas:
Não conheço pessoa que, tendo amado intensamente ou vivido uma dor muito forte, não pensou, pelo uma vez, na possibilidade de ter suas memórias arrancadas fora em um passe de mágicas. Considerando que deve levar um tempinho ainda até que desenvolvam um aparelho como o do filme “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças”, perguntei a uma médica-amiga se já haviam inventado remédio para acentuar o esquecimento. E, em caso positivo, se ela poderia me deixar receitadas uma ou duas caixas – nada demais, apenas para as intempéries do dia-a-dia. Ora, por que não? Inventam pílulas para tudo, de ereção prolongada até suadouro nas mãos! Com um sorriso, ela me lembrou que tal remédio já existe e é consumido pela humanidade desde que o primeiro hominídio percebeu que comida fermentada dá barato.
É claro que todos os percalços fazem parte da caminhada de cada um e da grande marcha de uma sociedade e que, portanto, são importantes no processo de aprendizado. Mas e quando a lição já foi entendida e a lembrança, não resolvida, continua a martelar nosso cotidiano?
Dia desses, trouxe aqui a história de Maria Francisca Cruz, uma “quase” viúva. Seu marido foi trabalhar na Amazônia, deixando para trás sete filhos e o silêncio. Enveredou-se por outro colo? Está preso? Tem medo de voltar? Falam que morreu tentando fugir de uma fazenda… Quem sabe? Dor maior não é saber que acabou. É não ter certeza disso.
Acordar de manhã sem alguns pressupostos básicos é angustiante. Imagine, então, aguardar o retorno de alguém que nunca aparece. Conheço gente cujos pais foram sumidos pela Gloriosa dos Verde-Oliva. A família parou no tempo, porta-retratos não saem do mesmo lugar em que estavam desde quando ainda éramos 90 milhões em ação. Até a poeira do relógio de pulso aguardando o dono é a mesma, sofrendo em silêncio.
O governo brasileiro resolveu não mais tentar buscar a revisão da Lei da Anistia. Mais do que punir torturadores, seria uma ótima forma de colocar pontos-finais em muitas das histórias em aberto e fazer com que pessoas tivessem, pela primeira vez em décadas, uma noite de sono inteira. A Presidência da República resolveu investir suas fichas na Comissão da Verdade, criada pelo Congresso Nacional. Até agora, o governo insiste em manter trancados a sete chaves documentos considerados ultrassecretos, além de inventar desculpa atrás de desculpa para não vomitar todos os arquivos da ditadura. Garantindo que representantes daquele tempo, como o Coronel Brilhante Ustra, possam continuar reinventando a história como quiserem, uma vez que a prova dos nove está encaixotada em algum lugar.
(Carlos Alberto Brilhante Ustra foi acusado pela família do jornalista Luiz Eduardo Merlino, torturado e assassinado no Doi-Codi, em São Paulo, em 1971. Pede-se o reconhecimento público da responsabilidade do coronel pela morte de Merlino. Ustra era comandante do Doi-Codi e diversas testemunhas – entre elas o ex-ministro-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Paulo Vannuchi, preso no local na mesma época – afirmam ter visto Merlino em estado gravíssimo após sessões de tortura.)
Em nome de uma suposta estabilidade institucional, o passado não resolvido permanece nos assombrando. E incomodando através de um olhar perdido da mãe de um amigo que, da janela, permanece a esperar.
Isso tudo com a ajuda de colegas jornalistas que esqueceram que a função primeira da profissão não é ajudar restolhos da ditadura sob a justificativa de garantir essa estabilidade, mas trazer à tona o que está submerso. Repetem ad nauseam: “Não é hora de mexer nesse assunto”.
A Corte Interamericana de Direitos Humanos concluiu que o Brasil é responsável pelo desaparecimento de 62 pessoas entre os anos de 1972 e 1974, durante a Guerrilha do Araguaia. Disse que a Lei da Anistia impede o acesso à verdade dos fatos e pediu que ela fosse revista. Nesse caso, o Supremo Tribunal Federal, que vem sendo sensível em decisões sobre a dignidade humana, deu de ombros.
Uma pesquisa do Datafolha em 2010 apontou que 45% da população era contrária à punição de agentes que torturaram presos políticos durante a ditadura militar contra 40% a favor. Agarro-me desesperadamente à esperança de que o pessoal não entendeu exatamente do que se tratava.
Em enquete realizada este ano por este humilde blog, o resultado foi o contrário, com a grande maioria apoiando a punição contra quem torturou durante a Gloriosa. Orgulho dos meus leitores que, contudo, não representam a posição do restante da sociedade.
O impacto de não resolvermos o nosso passado se faz sentir no dia-a-dia dos distritos policiais, nas salas de interrogatórios, nas periferias das grandes cidades, nos grotões da zona rural, com o Estado aterrorizando parte da população (normalmente mais pobre) com a anuência da outra parte (quase sempre mais rica). A ponto de ser banalizada em filmes como Tropa de Elite, em que parte de nós torceu para os mocinhos que usavam o mesmo tipo de método dos bandidos no afã de arrancar a “verdade”.
A justificativa é a mesma usada nos anos de chumbo brasileiros ou nas prisões no Iraque e em Guantánamo, em Cuba: estamos em guerra. Ninguém explicou, contudo que essa guerra é contra os valores que nos fazem humanos e que, a cada batalha, vamos deixando um pouco para trás. Esse é o problema de sermos o país do “deixa disso” ou mesmo do “esquece, não vamos criar caso, o que passou, passou” e ainda do “você vai comprar briga por isso? Ninguém gosta de briguentos”. Enquanto não acertarmos as contas com nossa história, não teremos capacidade de entender qual foi a herança deixada por ela – na qual estamos afundados até o pescoço e que nos define.
A verdade é que não queremos olhar para o retrovisor não por ele mostrar o que está lá atrás, mas por nos revelar qual a nossa cara hoje. E muitos de nós não suportarão isso.
O presidente do Senado chegou a defender o sigilo dos documentos da ditadura da qual fez parte.
Mas, e agora José? O que eu faço para esquecer?
Maconha ainda é principal droga usada na América do Sul, mostra relatório
Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Relatório divulgado hoje (28) pela Junta Internacional de Fiscalização a
Entorpecentes (Jife), órgão ligado à Organização das Nações Unidas
(ONU), mostra que a maconha continua sendo a principal droga usada na
América do Sul. A prevalência anual de abuso de maconha atingiu 3% da
população da região entre 15 e 64 anos, ou seja, cerca de 7,6 milhões de
pessoas, em 2009.
De acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime
(Unodc), cerca de 20% da maconha usada no Brasil têm origem doméstica e
80% entram no país pelo Paraguai. Em 2010, as autoridades brasileiras
destruíram 2,8 milhões de plantas de cannabis, incluindo mudas, e
apreenderam mais de 155 toneladas da erva.
A cocaína é a principal droga usada por pessoas que se submetem a
tratamento por problemas com substâncias químicas na América do Sul.
Segundo o relatório da Jife, em 2010, as apreensões de cocaína, tanto na
forma de base quanto na de sal, diminuíram em vários países da região,
incluindo a Argentina, Colômbia, o Equador, Uruguai e a Venezuela, se
comparadas ao ano anterior.
A quantidade total de cocaína apreendida diminuiu de 253 para 211
toneladas na Colômbia, e de 65,1 para 15,5 toneladas no Equador. De 2009
a 2010, a quantidade total de cocaína apreendida no Peru aumentou em
quase 50%, indo de 20,7 para 30,8 toneladas. Em 2010, um aumento da
quantidade de cocaína apreendida também foi relatado pela Bolívia (29,1
toneladas), pelo Brasil (27,1 toneladas), Chile (9,9 toneladas) e
Paraguai (1,4 toneladas).
Em 2010, a área total de cultivo ilícito de arbusto de coca na América do Sul era 154,2 mil hectares,
6% menos do que em 2009. A área sob cultivo ilícito diminuiu
significativamente na Colômbia e teve ligeiro aumento no Peru. No
entanto, não houve mudança considerável no cultivo de coca na Bolívia.
De acordo com o relatório, a Interpol (organização internacional que
ajuda na cooperação de polícias de vários países) e o Unodc estimam que o
mercado ilícito global de cocaína valha mais de US$ 80 bilhões. Desde
1998, o mercado ilícito de cocaína na América do Norte, que corresponde a
40% do mercado, tem diminuído, enquanto a demanda por cocaína na
Europa, responsável por 30% do mercado, tem aumentado.
Edição: Graça Adjuto
*esquerdopata
Deixem nossos torturadores em paz!
Maurício Lopes Lima |
Cabeça de fora
Parece que o Brasil gosta de tentar repetir a história, o que,
contrariando um pensador famoso, não acaba em farsa, mas em tragédia.
Alguns militares resolveram botar a cabeça de fora fazendo pensar em
procedimentos dos anos 1950 e 1960. O almirante Ricardo Antonio da Veiga
Cabral, presidente do Clube Naval, o general Renato Cesar Tibau da
Costa, presidente do Clube Militar, e o brigadeiro Carlos de Almeida
Baptista, presidente do Clube de Aeronáutica, publicaram nota
(manifesto?) de advertência contra as posições das ministras Maria do
Rosário e Eleonora Menicucci em relação à possibilidade de ações na
Justiça em busca de punição a torturadores do regime militar imposto em
1964.
Os militares queixam-se de que a presidente prometeu governar para
todos, sem "discriminação, privilégios ou compadrio", mas nada estaria
fazendo para calar a boca das auxiliares. Diz o manifesto: "Na
quarta-feira, 8 de fevereiro, a ministra da Secretaria de Direitos
Humanos concedeu uma entrevista à repórter Júnia Gama, publicada no dia
imediato no jornal Correio Braziliense, na qual mais uma vez asseverava a
possibilidade de as partes que se considerassem ofendidas por fatos
ocorridos nos governos militares pudessem ingressar com ações na
Justiça, buscando a responsabilização criminal de agentes repressores, à
semelhança ao que ocorre em países vizinhos. Mais uma vez esta
autoridade da República sobrepunha sua opinião à recente decisão do STF,
instado a opinar sobre a validade da Lei da Anistia. E, a presidente
não veio a público para contradizer a subordinada". Uma coisa é certa: o
pau vai comer já, já.
O Brasil é um país diferente, superior aos outros, o único que não pune
seus torturadores. Não nos rebaixamos ao nível da Argentina e do
Uruguai. Não aceitamos pressões de organismos internacionais rastaqueras
como a ONU. Nossos torturadores são intocáveis. Essa é a nossa
discriminação, esses são os privilégios que damos, esse é o compadrismo
que praticamos. O fato de que os guerrilheiros foram punidos com prisão,
tortura, exílio ou morte, enquanto os torturadores nada pagaram, não
nos constrange. Nossos militares são atuantes e politizados: "Os Clubes
Militares expressam a preocupação com as manifestações de auxiliares da
presidente sem que ela, como a mandatária maior da Nação, venha a
público expressar desacordo com a posição assumida por eles e pelo
partido ao qual é filiada e aguardam com expectativa positiva a postura
de presidente de todos os brasileiros e não de minorias sectárias ou de
partidos políticos".
Nosso único dogma é: deixem nossos torturadores em paz. Eles prestaram
relevantes serviços à Nação ajudando a salvar-nos de uma ditadura de
esquerda com uma ditadura de direita, praticante, em nome da democracia e
da civilização, de métodos bárbaros e rigorosamente antidemocráticos
jamais discutidos diante de um tribunal de Justiça. Nossa ditadura foi
implantada contra um presidente legal cujo grande pecado foi ter tentado
reformar um país atolado no atraso, sendo que, em algumas regiões, a
expectativa média de vida andava pelos 35 anos de idade e 77.737
latifundiários detinham 58% das terras de todo o país. Um espetáculo de
desigualdade e barbárie.
Carlos Alberto Brilhante Ustra |
Blogueiros do RN realizam encontro
Da página do BlogProg-RN:
A primeira edição do Encontro de Blogueiros Progressistas da Grande Natal, que ocorrerá em Natal, capital do Rio Grande do Norte, de 2 a 4 de março de 2012, já tem programação e local definidos. Será no campus Cidade Alta do Instituto Federal de Educação Tecnológica do RN (IFRN). O evento é vinculado ao movimento sem fins-lucrativos #BlogProg do Brasil, cuja segunda edição nacional, em Brasília, reuniu nomes como o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro Paulo Bernardo (das Comunicações), além de blogueiros do campo progressista de todo o país, a exemplo dos jornalistas Paulo Henrique Amorim (TV Record) e Leandro Fortes (Carta Capital).
A primeira edição do Encontro de Blogueiros Progressistas da Grande Natal, que ocorrerá em Natal, capital do Rio Grande do Norte, de 2 a 4 de março de 2012, já tem programação e local definidos. Será no campus Cidade Alta do Instituto Federal de Educação Tecnológica do RN (IFRN). O evento é vinculado ao movimento sem fins-lucrativos #BlogProg do Brasil, cuja segunda edição nacional, em Brasília, reuniu nomes como o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro Paulo Bernardo (das Comunicações), além de blogueiros do campo progressista de todo o país, a exemplo dos jornalistas Paulo Henrique Amorim (TV Record) e Leandro Fortes (Carta Capital).
*Miro
Brasil é contra armar oposição na Síria e intervenção militar no país
O
Brasil é contra a entrega de armas à oposição na Síria e a uma
possível intervenção militar no país, afirmou a ministra da Secretaria
de Direitos Humanos, Maria do Rosário Nunes, nesta segunda-feira.
A ministra Rosário (foto acima), reafirmou a postura pacífica do país em discurso durante a 19ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU):
- O Brasil se posiciona contra a entrega de armas seja a quem for. O Brasil condena ações armadas de qualquer lado, não aceitamos ações armadas - ressaltou a ministra. - Precisamos que toda perspectiva imediata de ações bélicas seja revista. Estas têm significados nefastos para a população civil e não contribuem à reafirmação democrática de nenhum país.
Maria do Rosário criticou a postura da Arábia Saudita, que apoia o armamento da oposição na Síria, afirmando não ser "uma boa ideia", e completou:
- A excelente ideia é que a política e a diplomacia ocupem o lugar do confronto. A postura do Brasil é vanguardista, é a defesa da paz, mais paz e menos reação armada a estruturas armadas. Nossa posição é coerente com nossa História.
O conselho, por sua vez, divulgou uma resolução pedindo o fim dos ataques a civis e a permissão de entrada da ajuda humanitária na Síria
A ministra Rosário (foto acima), reafirmou a postura pacífica do país em discurso durante a 19ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU):
- O Brasil se posiciona contra a entrega de armas seja a quem for. O Brasil condena ações armadas de qualquer lado, não aceitamos ações armadas - ressaltou a ministra. - Precisamos que toda perspectiva imediata de ações bélicas seja revista. Estas têm significados nefastos para a população civil e não contribuem à reafirmação democrática de nenhum país.
Maria do Rosário criticou a postura da Arábia Saudita, que apoia o armamento da oposição na Síria, afirmando não ser "uma boa ideia", e completou:
- A excelente ideia é que a política e a diplomacia ocupem o lugar do confronto. A postura do Brasil é vanguardista, é a defesa da paz, mais paz e menos reação armada a estruturas armadas. Nossa posição é coerente com nossa História.
O conselho, por sua vez, divulgou uma resolução pedindo o fim dos ataques a civis e a permissão de entrada da ajuda humanitária na Síria
Fonte: O Globo
*MilitânciaViva
DILMA É CHANTAGEADA PELO PR?
‘Não somos governo?, a careca do Serra é linda!’
Aspirando a 'pompa' de um ministério, o Partido da
República
cansou de tropeçar nas circunstâncias que Dilma Rousseff atravessa no
seu caminho. A legenda decidiu fazer em público o que fazia há meses em
privado: chantagear.
Reunidos nesta terça (28), os senadores do partido deram um ultimato ao governo: ou Dilma devolve o Ministério dos Transportes ou o PR vai se incorporar em São Paulo à coligação tucana de José Serra, contra o petista Fernando Haddad.
Apeado dos Transportes sob denúncias de corrupção, o presidente do PR, senador Alfredo Nascimento, resumiu o ânimo de sua tropa: “Se não somos governo, temos que fortalecer o partido na base, nos municípios. Aí, a careca do Serra é linda.”
Reunidos nesta terça (28), os senadores do partido deram um ultimato ao governo: ou Dilma devolve o Ministério dos Transportes ou o PR vai se incorporar em São Paulo à coligação tucana de José Serra, contra o petista Fernando Haddad.
Apeado dos Transportes sob denúncias de corrupção, o presidente do PR, senador Alfredo Nascimento, resumiu o ânimo de sua tropa: “Se não somos governo, temos que fortalecer o partido na base, nos municípios. Aí, a careca do Serra é linda.”
Nascimento fixou as bases da barganha. Disse que, tratado como deseja
em Brasília, o PR adotará nos municípios um comportamento de partido
governista. Contrariado, vai às eleições municipais com a fúria de um
oposicionista.
“Em São Paulo, o PSDB convidou o PR para uma aliança”, disse o senador. “Até então, tínhamos um compromisso com o governo. Mas, se continuar nessa situação, vamos cuidar da nossa sobrevivência.” Fixou um prazo para a paciência: “Temos até 20 de março para aguardar uma posição do governo.”
“Em São Paulo, o PSDB convidou o PR para uma aliança”, disse o senador. “Até então, tínhamos um compromisso com o governo. Mas, se continuar nessa situação, vamos cuidar da nossa sobrevivência.” Fixou um prazo para a paciência: “Temos até 20 de março para aguardar uma posição do governo.”
oOo
O presidente do PR tornou-se um personagem explícito. Já não se
preocupa em maneirar: “É hipocrisia dizer que partido do governo não
quer cargo. Não dá para ficar assim: ser governo para votar a favor, e
ficar apenas com o ônus. Já que o PR não tem cargos, a eleição municipal
passou a ser questão de sobrevivência.”
Quer dizer: se devolver a pasta dos Transportes ao PR, Dilma realçará a beleza do seu penteado. Negando o ministério ao pseudo-aliado, a presidente fará da calva de Serra um território cujo poder de sedução dispensa argumentos.
Como forma de provar a Dilma que o possível é um vocábulo semanticamente contido no impossível, o PT ameaça, como alternativa a Serra, lançar em São Paulo a candidatura do prefeito Tiririca.
Quer dizer: se devolver a pasta dos Transportes ao PR, Dilma realçará a beleza do seu penteado. Negando o ministério ao pseudo-aliado, a presidente fará da calva de Serra um território cujo poder de sedução dispensa argumentos.
Como forma de provar a Dilma que o possível é um vocábulo semanticamente contido no impossível, o PT ameaça, como alternativa a Serra, lançar em São Paulo a candidatura do prefeito Tiririca.
Fonte: Blog Josias de Souza
*MilitânciaViva
PIMENTA NO...É REFRÊSCO - RACISTAS ESPANHÓIS AGORA ESPERNEIAM
Espanha critica endurecimento do Brasil para entrada de turistas do País, depois que o governo brasileiro decidiu que passaria a tratar os europeus da mesma forma que Madri trata os brasileiro.
Jamil Chade
GENEBRA
- O governo da Espanha critica a postura do Brasil em relação ao
endurecimento das condições para a entrada de espanhóis ao País e diz
que as novas medidas adotadas pelo Brasil são "injustificadas " e que
são "além do normal ". Questionado pelo Estado durante um evento em
Genebra, o secretário de Assuntos Externos da Espanha, Gonzalo de
Benito, insistiu que Madri tentará reverter as decisões de Brasília
antes da entrada em vigor das medidas, no dia 2 de abril.
A
Espanha vive sua pior crise econômica desde a volta da democracia, em
1977. O desemprego chega a 22% da população e metade dos jovens não tem
trabalho.
A
crise também reverteu o sentido da migração. Entre 2000 e 2007, a
Espanha recebeu 5 milhões de imigrantes, a maioria da América Latina.
Mas, pela primeira vez em 30 anos, a Espanha registrou em 2011 um êxodo
de pessoas maior que a chegada de imigrantes. Uma parte importante
desse contingente tem justamente ido ao Brasil.
Diante do fluxo cada vez maior de espanhóis, o governo brasileiro decidiu que passaria a tratar os europeus da mesma forma que Madri trata os brasileiros.
No
final de 2011, a reportagem esteve no consulado do Brasil em Madri,
apenas para constatar as longas filas de espanhóis fazendo solicitações
de vistos para trabalhar no Brasil. Fontes do Itamaraty, porém,
admitiam já na época que um número importante de espanhóis estava
desembarcando como turistas no Brasil e então partindo em busca de
emprego.
A partir do dia 2 de abril, o espanhol que chegue ao País terá de mostrar que tem passagem de volta marcada, comprovação de uma reserva de hotel e dinheiro suficiente para se manter. Isso significará R$ 170,00 por dia.
Se
o turista for permanecer em casa de parentes ou amigos, uma carta terá
de ser mostrada. O documento terá de conter uma assinatura reconhecida
em cartório.
Negociação
- Para o secretário espanhol, Madri não desistiu e vai continuar a
pressionar o governo brasileiro a rever suas leis. "Isso é algo que
estamos falando com o Brasil. Claro que cada país pode colocar as
condições que quiser para a entrada de pessoas em seu território. Mas
entendemos que diante do conjunta das relações que temos com a América
Latina e em especial com o Brasil, não se justifica que espanhóis tenham
restrições a entrada que vão mais além do normal e do que tínhamos até
agora ", declarou o secretário.
Benito
defendeu que haja ainda um acordo antes do dia 2 de abril. Mas não
indicou que estaria disposto a rever as regras para a entrada dos
brasileiros. " Esperamos chegar a uma solução e que o fluxo de
intercâmbio continue com normalidade e sem os obstáculos que sejam os
minimamente imprescindíveis ", disse.
Nos
últimos anos, porém, o Brasil foi o alvo de o maior número de
deportações em aeroportos espanhóis entre todas as nacionalidades e,
apesar das queixas do Itamaraty, pouco foi feito para rever essa
situação. Em 2010, 1,6 mil brasileiros foram barrados na Espanha, sob a
alegação de que estavam tentando entrar ilegalmente para trabalhar sem
visto.
Até
agosto de 2011, esse número tinha sido de 1005 e o volume continua em
franca queda diante da decisão de brasileiros de não buscar empregos na
Espanha.
Benito
não acredita que a medida brasileira seja agora uma retaliação. " São
medidas que vamos tomando diante dos fluxos que temos. Mas esperamos
chegar a uma melhoria nas condições para a entrada de espanhóis no
Brasil ", concluiu.
.Veja também:
A partir de abril, Brasil fará exigência para espanhóis que queiram entrar no país
Pelo 3º ano, brasileiro é o mais barrado em aeroportos europeus
Brasileiros são os estrangeiros mais barrados em Madri
A partir de abril, Brasil fará exigência para espanhóis que queiram entrar no país
Pelo 3º ano, brasileiro é o mais barrado em aeroportos europeus
Brasileiros são os estrangeiros mais barrados em Madri
*MilitânciaViva
Bíblia com 1500 anos é descoberta e Vaticano fica preocupado com seu conteúdo
Uma bíblia de 1500 anos foi descoberta
na Turquia, após a prisão de uma quadrilha que comercializava antiguidades de forma
ilegal. O livro, feito em couro tratado e escrito em um dialeto do aramaico, língua
falada por Jesus, tem as páginas negras, por causa da ação do tempo.
Segundo informações do site Notícias
Cristãs, peritos avaliaram o livro e garantiram que o artefato é original. A descoberta
do livro se deu em 2000 e, desde então, vinha sendo mantido em segredo, guardado
em um cofre-forte na cidade de Ancara.
Estima-se que o valor do livro chegue
a €20 milhões, dada sua importância histórica. Após a divulgação da descoberta,
o livro foi considerado patrimônio cultural e após a restauração que será feita,
o livro será exposto no Museu Etnográfico de Ancara.
Há informações de que o Vaticano demonstrou
preocupação com a descoberta do livro e pediu às autoridades turcas que permitissem
que especialistas da Igreja Católica pudessem avaliar o livro e seu conteúdo, que
se suspeita, contenha o Evangelho de Barnabé,
escrito no século 14 e considerado controverso, por descrever Jesus de maneira semelhante
à pregada pela religião islâmica.
Assista abaixo à reportagem sobre
a descoberta da Bíblia de 1500 anos.
*Bloglimpinhoecheiroso
Brasil sem Miséria dá benefícios de R$ 2,4 mil a agricultores pobres
SÃO
PAULO - O Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais, parceria
no âmbito do plano Brasil sem Miséria entre os Ministérios do
Desenvolvimento Social (MDS) e do Desenvolvimento Agrário (MDA), vai
completar cinco meses em março e contabiliza 1.138 famílas de pequenos
agricultores em situação de pobreza extrema (renda per capita mensal
abaixo de R$ 70) contemplados, em 56 cidades de Bahia, Ceará,
Pernambuco, Sergipe e Minas Gerais. No início do ano, cada família
começou a receber R$ 2,4 mil como forma de inclusão e estruturação
produtiva, com pagamento programado em três parcelas num prazo de seis
meses.
*Ajusticeiradeesquerda
São Paulo pode ficar pior do que está
Em meio às negociações de
alianças na corrida eleitoral e de mais espaço no Governo Federal, o PR
cogita lançar o deputado Tiririca na disputa pela Prefeitura de São
Paulo. Segundo lideranças da legenda, o movimento tem dois objetivos
principais. O primeiro é evitar indisposições com o PSDB e o PT.
Atualmente, o PR é aliado do
prefeito Gilberto Kassab, mas teria dificuldade em apoiar o tucano José
Serra por estar, em âmbito nacional, mais próximo de Dilma Rousseff do
que da oposição. Ao mesmo tempo, caso apoie o petista Fernando Haddad
ficaria "a pão e água", segundo palavras de uma liderança do partido,
caso Serra ganhasse.
Oportunismo
Outra ideia com o lançamento do
nome de Tiririca é puxar votos para os vereadores da capital. A cúpula
do PR acredita que, na disputa, Tiririca seria um cabo eleitoral mais
forte. Lideranças do PR, porém, negam que as negociações aconteçam para
pressionar o Palácio do Planalto a indicar um novo ministro para os
Transportes - já que a liderança da pasta está com o partido.
Questionado, o deputado diz
achar que tem capacidade para administrar a maior cidade do País. "Acho
que isso é um reconhecimento do meu trabalho aqui (na Câmara). Quem bota
lá é o povo", disse. Segundo Tiririca, sua decisão depende apenas do
partido.
"Pela votação dele, ele tem todo
o direito de ser candidato. Além disso foi uma surpresa positiva aqui
na Câmara", afirmou o líder do PR na Casa, deputado Licoln Portela (MG).
*Osamigosdopresidentelula
Protecionismo é ruim só quando é nosso
A decisão dos EUA de cancelar a compra
dos aviões Super-Tucano (20 unidades, com possibilidade de chegar a 55
aeronaves) para treinamento de sua Força Aérea não tem nenhuma razão
formal ou burocrática.
É o bom e velho protecionismo em ação.
A Embraer cumpriu todas as regras: associou-se a uma empresa americana, ia produzir lá 80% da aeronave – aqui, nossas exigências de conteúdo nacional raramente superam os 65% - e não havia questões de tecnologia a transferir.
Ao contrário, aliás, o fato de o avião da Embraer contar com sistema inercial de voo, computador de bordo, motor, hélice, e outros sistemas de origem norte-americana foi a razão para aquele país impedir-nos de vende-lo à Venezuela.
Mas na hora de ceder à pressão do lobby da Beechcraft e da Lockheed, aí os aviões não são “suficientemente americanos”.
E é claro que isso tem a ver com a questão da compra dos caças do programa FX-2, no qual os americanos querem nos vender os F-18 da Boeing.
E os bobocas aqui dizendo que o que vale é a “análise técnica” dos aviões. A oficial-aviadora Eliane Cantanhede, da esquadrilha da Folha, então, é brevetada nisso.
A possibilidade de um avião destes ser prejudicado em combate por um fiapo tecnológico é tão perto de zero que não é possível nem imagina-la.
Mas o poder gerado pela transferência de tecnologia e pela capacidade nacional de realizar, em ponto maior, projetos bem sucedidos como o do Super-Tucano é evidente.
E tecnologia, no poder bélico hoje, como em todos os tempos, é a verdadeira arma. Abrir mão dela é desarmar-se.
O que não seria mau, se todos os fizessem. Mas não fazem.
*Tijolaço
É o bom e velho protecionismo em ação.
A Embraer cumpriu todas as regras: associou-se a uma empresa americana, ia produzir lá 80% da aeronave – aqui, nossas exigências de conteúdo nacional raramente superam os 65% - e não havia questões de tecnologia a transferir.
Ao contrário, aliás, o fato de o avião da Embraer contar com sistema inercial de voo, computador de bordo, motor, hélice, e outros sistemas de origem norte-americana foi a razão para aquele país impedir-nos de vende-lo à Venezuela.
Mas na hora de ceder à pressão do lobby da Beechcraft e da Lockheed, aí os aviões não são “suficientemente americanos”.
E é claro que isso tem a ver com a questão da compra dos caças do programa FX-2, no qual os americanos querem nos vender os F-18 da Boeing.
E os bobocas aqui dizendo que o que vale é a “análise técnica” dos aviões. A oficial-aviadora Eliane Cantanhede, da esquadrilha da Folha, então, é brevetada nisso.
A possibilidade de um avião destes ser prejudicado em combate por um fiapo tecnológico é tão perto de zero que não é possível nem imagina-la.
Mas o poder gerado pela transferência de tecnologia e pela capacidade nacional de realizar, em ponto maior, projetos bem sucedidos como o do Super-Tucano é evidente.
E tecnologia, no poder bélico hoje, como em todos os tempos, é a verdadeira arma. Abrir mão dela é desarmar-se.
O que não seria mau, se todos os fizessem. Mas não fazem.
*Tijolaço
Aposentado morre congelado por não poder pagar conta de energia elétricainShare
Um aposentado de 86 anos foi encontrado morto por congelamento dentro de seu carro na cidade de Flint, Michigan, EUA. John Morgan, ex-metalúrgico da indústria automobilística, morreu poucos dias após a companhia Consumers Energy ter cortado o fornecimento de energia elétrica por uma conta atrasada de $291 dólares.
De acordo com alguns amigos e vizinhos, Morgan usava a eletricidade de sua casa para recarregar a bateria de seu carro. Quando a energia foi cortada ele perdeu o aquecimento tanto de um quanto do outro, e provavelmente estava tentando se aquecer no veículo quando não resistiu. A autópsia confirmou as causas da morte por hipotermia e problemas de pulmão e coração.
De acordo com alguns órgãos de imprensa, quando a polícia chegou para recolher o corpo de Morgan os oficiais se depararam com um aviso de corte de energia logo na porta. Um representante da empresa justificou a ação dizendo que eles chamaram em sua casa mas que ninguém respondeu, e que não sabiam que Morgan era idoso.
No entanto, os vizinhos contestam esta alegação, dizendo que John morava naquela casa – que ele mesmo construiu – desde 1955, e que a empresa estava mandando as contas para a mesma pessoa por quase seis décadas.
Mas não é a primeira vez que algo assim acontece. Em 2009 o aposentado Marvi Shur, de 93 anos, da cidade de Bay City, morreu congelado depois que um redutor de consumo foi instalado no seu padrão de energia elétrica, e isso apesar de uma lei já ter proibido o corte de energia a idosos no período de inverno.
Esta morte desumana apenas evidencia a indiferença das empresas de energia elétrica e o caráter antisocial de sua ganância por lucros cada vez mais elevados. A Consumers Energy, companhia que matou John Morgan, cortou serviços básicos de 107.083 domicílios no ano de 2007. Em 2011 ela cortou gás e eletricidade de mais de 164.634 domicílios, o que representa um aumento de 50%.
Steve Walker, diretor do Departamento de Recursos de Ações Comunitárias, afirmou que os recursos do governo para evitar cortes de energia e dar assistência aos mais pobres se tornaram escassos nos últimos anos. Alguns programas já nem existem mais. Interrogado pelo jornalista Lawrence Porter da World Socialist Web Site se ele ficou surpreso pela morte de Morgan, ele respondeu: “Sabendo do que eu sei sobre a dimensão desta crise eu diria… eu estou chocado, mas não surpreso.”
Glauber Ataide
Índia: milhões em greve geral
Mobilização foi convocada pelas onze principais centrais sindicais do país, paralisando bancos, transportes e amplas áreas. Pode ter sido a maior greve geral já registada na história.
A greve geral realizada na Índia esta terça-feira pode ter sido a maior greve geral já registada na história do capitalismo. Como sempre, a imprensa tenta minimizar a participação e as consequências, mas as primeiras informações já nos permitem ter uma ideia da força da mobilização.
A greve geral foi convocada pelas onze principais centrais sindicais do país, paralisando bancos, transportes e amplas áreas, em particular os estados de Kerala, West Bengal, Andhra Pradesh e Tripura.
A população da Índia, de 1,2 bilhão, tem todos os motivos para desenvolver uma greve dessa envergadura, já que, mesmo após a vitória na luta anti-colonial derrotando o império britânico, a independência do país não conseguiu tirar a maioria da população da miséria em que vive. Mesmo o reacionário governo de Manmohan Singh é obrigado a reconhecer que é uma vergonha nacional a existência de nada menos que 60 milhões de crianças sub-nutridas.
Os trabalhadores lutam pela melhoria das suas condições de vida. Levantam reivindicações como a elevação do salário mínimo para 20 mil rupias, pelo direito ao trabalho, pela efetivação dos 50 milhões de trabalhadores temporários
Segundo sindicalistas, o centro financeiro do pais, Mumbai, foi completamente paralisado e até os taxistas aderiram à greve. Ninguém sabe ainda quantos milhões aderiram à greve, mas, para se ter uma ideia, basta lembrar que na greve geral de 2010 foram 100 milhões. E que nas últimas duas décadas, esta é a 14ªa greve geral.
Crise no meio de uma guerra civil e do ascenso operário
A greve geral é, nos factos, a comprovação da existência de uma crise revolucionária no momento em que ela se desenvolve. Cria uma situação de dualidade de poderes onde o governo não governa, os políticos não podem fazer politicagem e as armas do aparelho repressivo do estado, mesmo sendo utilizadas, não conseguem reprimir a rebelião momentânea. Enquanto dura, são os 99% que impõem a sua vontade, demonstrando a impotência dos 1% de capitalistas.
A greve geral deste dia 28 ocorre num pais que vive uma guerra civil escamoteada, onde a guerrilha maoísta domina amplas áreas do pais e os confrontos armados são constantes. Um país com milhares de etnias em franca rebelião com o que chamam de “centro”, o governo, como é o caso de Caxemira, região onde os protestos são permanentes.
A população da Índia está cansada da visceral corrupção do país, encarnada no governo de Manmohan Singh. Mesmo que a imprensa mundial diga que a economia indiana cresce, no quotidiano o que se vive é um processo inflacionário que deteriora as condições de vida de uma população paupérrima
Nesse sentido, a greve geral não é apenas um poderoso movimento por melhorias nas condições de vida, mas também um violento soco no estômago do governo.
O recente desenvolvimento de setores económicos criou também o mais jovem proletariado do planeta. Uma força composta de jovens, que não estão amordaçados pelas burocracias que infestam os sindicatos. Um proletariado que, a exemplo do chinês, se constituiu num dos mais poderosos do globo e que ensaia os seus primeiros passos. A Índia é, hoje, o país mais jovem da terra.
A greve geral abriu, certamente, um novo período da luta dos trabalhadores indianos. No momento em que se vive um poderoso ascenso do movimento operário mundial, com as revoluções do mundo árabe, a mobilização que se desenvolve na China e com a resistência dos trabalhadores europeus e americanos, não será novidade se o jovem proletariado indiano se levantar para derrubar o governo de Singh. Avançando, assim, naquela que, junto com a chinesa, promete ser uma das mais significativas revoluções da história moderna. Definitivamente, devido ao lugar que a China e a Índia passaram a ocupar na atual divisão mundial do trabalho, as revoluções que estão em marcha nesses dois países provocarão as mudanças mais radicais na história deste século.
Resta lembrar também que a revolução, em marcha na Índia, ocorre num país onde, na prática, o aparelho de estado e, comparativamente fraco, não dispondo de tantos recursos para controlar e reprimir com mão de ferro todas as rebeliões no pais. O melhor exemplo disso é que, em apenas alguns anos, a guerrilha maoísta passou a ser o governo, na pratica, de vastas áreas do país.
Tomi MoriFonte: Esquerda.net
Acampamento de sem-tetos revela desigualdade social nos EUA
“A maioria das pessoas pensa que alguém se torna sem-teto porque é viciado em drogas ou em álcool. Não é verdade. Elas se tornam isso ou pioram depois que se tornam sem-tetos.” (Alanna, 23 anos, norte-americana sem-teto)
Situado em região arborizada, fora da vista da rodovia principal da cidade de Ann Arbor, Michigan, o acampamento Take Notice é sintomático do agravamento das desigualdades sociais nos EUA e do completo colapso do sonho americano. As histórias de seus habitantes é um retrato devastador da insegurança social encontrada por milhões de pessoas nos EUA.
Rick, 50, por exemplo, explicou à equipe de reportagem do World Socialist Web Site que visitou o local que ele era um bombeiro hidráulico até 2008, quando o setor da construção civil quebrou. Depois da devastadora queda de sua renda ele foi preso por não conseguir pagar pensão alimentícia de seus dois filhos em 2010. Em agosto, sem perspectiva de trabalho e não querendo ser um peso para sua família, ele decidiu se mudar para Ann Arbor e viver no acampamento. Ele iniciou sua viagem de 241 km de bicicleta, mas depois que ela quebrou teve que ir pegando caronas até chegar ao seu destino.
Jocelyn, 40, era babá e cuidadora de idosos até ser gravemente ferida em um acidente de carro. Ela tentou voltar ao mercado de trabalho através de um programa chamado WorkFirst, mas diz: “tantos precisam mas tão poucos conseguem. Um único deslize pode ser fatal”. O estigma de ter uma passagem por assalto à mão armada, ela explica, pode impedir alguém de conseguir até aquelas vagas que exigem as mais baixas qualificações técnicas.
Suas dificuldades se multiplicaram quando o apartamento de quatro quartos que ela possuía com seu marido em Romulus, Michigan, foi tomado. Seu relacionamento com seu parceiro, um veterano com múltiplas escleroses, rapidamente se deteriorou. “Tudo foi pelo ralo”, ela diz. “Perdi minha casa. Fui separada por causa de finanças, estresse e contas. Então todos nos separamos e perdi minha família.”
Ao mostrar o acampamento à equipe de reportagem, Jocelyn descreveu como é viver sem água encanada e sem banheiros. “Eu não fui ao banheiro por cinco dias quando cheguei aqui e adoeci por causa disso”. Ela disse que tinha medo de dormir porque os tanques de propano usados para manter as barracas aquecidas podem explodir em um incêndio. Os moradores guardam estes tanques dentro das barracas ao invés do lado de fora porque eles podem ser roubados.
Alanna, 23, que está no acampamento há duas semanas, diz que ela e seu noivo vivam em outro acampamento, em uma barraca com muito mofo. “Ficávamos coçando o rosto todas as noites. Estou tossindo desde outubro.”
O acampamento conta também com pouca comida. Segundo Jocelyn, “comida é algo difícil por aqui. As igrejas trazem alguma coisa mas a gente não tem conseguido muito.”
“Isso é ridículo”, diz Alanna. “Quando estava na escola ninguém me ensinou como fazer finanças ou conseguir moradia. Eles dão aulas de educação sexual mas não de como viver. Eu formei no segundo grau e tentei uma faculdade, mas tive um problema em minha coluna e não posso me rematricular porque devo $1.200 dólares e não consigo financiamento. Eu não tenho passagens pela polícia. Poderia estar no topo do mundo se tivesse oportunidade!”
“Se você precisa de experiência para arranjar um emprego, mas não pode arranjar um emprego para ganhar experiência, então o que você pode fazer? Eu gostaria de voltar para a escola. Quero ser uma cosmetologista, uma assistente social ou uma enfermeira, mas estou encurralada e não sei como sair.”
Grit é um outro morador do acampamento, de idade avançada. Ele agora trabalha como vendedor ambulante do Groundcover News, um jornal relativamente novo da cidade de Ann Arbor que publica histórias de e sobre os sem-tetos. Ex-funcionário da Ford, Grit diz que sua mãe, seu pai, irmãs e tios trabalharam todos na Ford, e que pode mostrar os contra-cheques de sua família remontando à década de 1930.
Jocelyn disse que ficou surpresa ao chegar ao acampamento porque muitos dos sem-tetos são bem mais jovens e bem aparentados do que o velho estereótipo do “vagabundo”. Alanna concordou e disse: “A maioria das pessoas pensa que alguém se torna sem-teto porque é viciado em drogas ou em álcool. Não é verdade. Elas se tornam isso ou pioram depois que se tornam sem-tetos.”
Uma grande contradição é que a cidade de Ann Arbor, que abriga este acampamento, tem uma renda média de $52.711,00 dólares anuais, ligeiramente acima da média nacional. Na cidade também se encontra a Universidade de Michigan, que está listada entre as 20 melhores do mundo. Neste mês a cidade foi escolhida pela revista Kiplinger’s Personal Finance como “A melhor cidade para solteiros no país”. Além disso, ela é com frequência listada em listas do tipo “melhores de”, e foi recentemente incluída nas seguintes: “Melhores cidades na América para se encontrar emprego”, “10 cidades mais escolarizadas”, “10 lugares mais acessíveis para se viver” e “10 melhores lugares para se ter família”. Ao mesmo tempo, o número de pessoas que caíram abaixo da linha da pobreza no censo de 2010 foi de 20%, que são seis pontos percentuais acima da média nacional.
Glauber Ataide
*AVERDADE
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