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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, agosto 02, 2012

Ridiculizar religião deveria ser crime de blasfêmia, diz arcebispo


Capa e contracapa da Titanic
Sátira da revista Titanic sobre novos 'vazamentos' no Vaticano
levou arcebispo a defender na Alemanha uma lei da blasfêmia
O arcebispo Ludwig Sckick (na foto abaixo), da Baviera, fez uma proposta que o colocou do lado dos fanáticos islâmicos que pedem punição a quem desrespeitar Maomé. O sacerdote defendeu a criação na Alemanha de uma lei da blasfêmia para punir quem ridicularizar as religiões por intermédio de suas orações, textos sagrados e santos.

arcebispo Ludwig Sckick
Sckick quer respeito
para com os crentes
Sckick passou a exigir respeito para os “valores religiosos” e os “sentimentos dos crentes” depois que a revista mensal satírica alemã Titanic publicou na capa e contracapa colagens do papa Bento 16 onde ele aparece com mancha de incontinência urinária e de diarreia.

Na capa, sobre a montagem, a revista diz: “Aleluia, mais uma vazamento encontrado no Vaticano”. Na contracapa, “Encontrado outro vazamento”. Trata-se de referência aos vazamentos de informações confidenciais do Vaticano (“Vatileaks”) que levaram o mordomo do papa à prisão.

O Vaticano processou a Titanic sob a acusação de violar os direitos de imagem do papa. Na semana passada, o Tribunal de Hamburgo  mandou suspender a distribuição da edição da revista com os “vazamentos” do papa.

A edição mais recente da revista mostra sinais de beijos nas mãos e na batina de Bento 16.

Nos últimos dois anos, a opinião pública alemã ficou perplexa com os escândalos da pedofilia cometida por padres em proporção inimaginável. Desde então tem havido uma fuga de fiéis da Igreja, com forte repercussão na coleta de dízimo e doações.

A proposta de Sckick para a criação de uma lei da blasfêmia revela o temor da Igreja Católica de que ela venha cair ainda mais no descrédito por parte dos alemães.

Com informação da Voz da Rússia, entre outras fontes.

Católicos argentinos acusam artista de zombar da Virgem Maria.
junho de 2012

Religião contra liberdade de expressão.

Leia mais em http://www.paulopes.com.br/#ixzz22Qmp0RD5
*Paulopes

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