a gente não quer só política
No fundo - e se bem que nem tão fundo assim -
não me interesso pelo plebiscito.
Não me interesso pela reforma política.
Reformar é manter vivo. E não se pode manter vivo o que já morreu. Lutero fez isso, e deu no que deu. Olhar hoje uma igreja é olhar um asilo. Até o cheiro é parecido. Porque a morte tem sempre aquele cheiro de sovaco no inverno.
Política?
Política é estar em paz.
Política é poder ficar em silêncio.
"Conversar democraticamente" - o primeiro caminho em direção à discórdia.
Concórdia é dormir.
E democracia é acordar e ter mais 2 horas antes do despertador tocar.
Democracia é um sonho de valsa achado atrás do saco do pão de sanduíche. Direito só quero um: o de ter uma garrafa de vinho.
E um saca rolhas. Sem saca rolhas, não dá.
Afundar a rolha é extremismo. Afundar a rolha é um barbudo de esquerda com a camisa do MST. É coisa de bebedor terrorista estilo homem-bomba-do-Islã.
Transporte público?
Transporte público é aprender a se desamontoar.
E a saúde? Saúde é saber a morte.
E se sabem e ainda pedem saúde, qual a tramóia desse arrogante desejo de eternidade?
E o direito de ser fugaz? Não vi na rua esse cartaz. Meu bloco ainda não pretende ir às ruas. Tenho mais preguiça do que democracia no sangue.
*entrehermes
Nenhum comentário:
Postar um comentário