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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, julho 06, 2013

E o presidente Morales escapou




O presidente da Bolívia Evo Morales está pensando adotar uma atitude altamente ecológica.

Fechar a Embaixada dos Estados Unidos.

Poderá também repetir o gesto com as embaixadas da França, Espanha, Portugal, Italia e, para extirpar o câncer, a embaixada de Israel.

Israel entra por vontade do blog.

Vocês já imaginaram a situação?

Um avião transportando um presidente da república, necessitando urgentemente  de reabastecimento e ouvir um não desses vassalos do império?

Será que eles acharam que essa era a melhor forma de assassinar um presidente incômodo sem despertar suspeitas?

Isso não é terrorismo?

Assassinar um presidente da República só porque ele não aceita ser subserviente?

Descaradamente em plena luz do dia?

Com o mundo de testemunha?

Vocês já imaginaram o que eles não andam fazendo as escuras?

O mais preocupante, no meu entender, é a verborragia que  leitores da mídia brasileira andaram vomitando pela internet.

Justificando o assassinato do presidente boliviano porque ele é “índio”. Porque ele não devia “sair da tribo”e muitas outras mais, mas que a boa educação não permite repeti-las.

Já imaginaram se amanhã o Brasil é invadido?

Essa gente será a primeira a carregar a bandeira dos invasores por entender “que o povo brasileiro não está preparado para a democracia”.

Pobres tolos.

Pobres alienados.

Fazem da ignorância seu alimento e da frustração o seu dia-a-dia.

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