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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, julho 12, 2013

Em pronunciamento na Cúpula do Mercosul, no Uruguai, a presidente Dilma Rousseff voltou a mencionar as denúncias de espionagem nas comunicações


Em discurso no Mercosul, Dilma diz que espionagem fere soberania


Em pronunciamento na Cúpula do Mercosul, no Uruguai, a presidente Dilma Rousseff voltou a mencionar as denúncias de espionagem nas comunicações brasileiras por agências de inteligência dos Estados Unidos e disse que "isso fere a nossa soberania e atinge direitos individuais inalienáveis". "Defendemos que a soberania, a segurança de nossos países, a privacidade de nossas comunicações, a privacidade de nossos cidadãos, a privacidade de nossas empresas devem ser preservadas", afirmou.
A presidente brasileira lembrou que medidas cabíveis devem ser tomadas para coibir a repetição de situações como essa. "O governo brasileiro não transige com a sua soberania", acrescentou Dilma. "Saúdo a decisão de rechaço tomada pelo Mercosul sobre todas as questões relativas à soberania e ao direito individual de nossos povos", enfatizou.

Presidenta Dilma Rousseff posa para foto oficial durante Cúpula dos Estados Parte e Estados Associados ?do Mercosul e convidados especiais
Presidenta Dilma Rousseff posa para foto oficial durante Cúpula dos Estados Parte e Estados Associados ?do Mercosul e convidados especiais
Dilma Rousseff também falou sobre o fortalecimento do bloco, lembrando que "cada vez mais somos um Mercosul, um Mercosul diverso, mas um Mercosul que busca sua natureza, sua alma, e sobretudo um Mercosul em que crescem as relações econômicas entre nós, as relações sociais". "Nos orgulhamos muito, depois de uma longa trajetória, termos nos transformado em um Mercosul integrado em países democráticos", salientou.
Segundo ela, o mercado comum nos proporcionou melhores condições para enfrentar as fortes crises na economia internacional, como a de 2008, que se arrasta e ainda persiste.
Dilma manifestou solidariedade ao presidente da Bolívia, Evo Morales, que recentemente passou por um grande constrangimento internacional, depois que os governos da Itália, Espanha e Portugal não permitiram que o avião presidencial abastecesse por suspeitas de que o consultor de informática Edward Snowden estivesse a bordo. "Queria dirigir um cumprimento muito especial, solidário, ao presidente Evo Morales. Esse cumprimento ao presidente Evo Morales faz parte da convicção que esta região não pode deixar de manifestar repúdio ao tratamento dispensado a um de nosso presidente por países europeus. Cada um de nós tem de defender essa posição de repúdio", disse Dilma.
A presidente também defendeu o retorno dom Paraguai ao Mercosul, de onde foi afastado após o impeachment de Fernando Lugo. "O Paraguai e o povo do Paraguai são partes essenciais do destino do Mercosul. Queremos tê-los de volta. Acredito que essa é uma tarefa que será perseguida por todos nós, no sentido de assegurar que o Paraguai volte para o Mercosul. Nós jamais tivemos atitude de retaliação ao povo ou ao governo do Paraguai. Nós tomamos uma atitude política", concluiu Dilma.
*JornaldoBrasil

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