Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, julho 18, 2013

McDonald’s será a rede oficial do Papa Francisco no Brasil


Rede de fast food fecha acordo de exclusividade com a igreja para a Jornada Mundial da Juventude, que reunirá 2 milhões de pessoas no Rio


Vincenzo Pinto/AFP
Papa Francisco acena para a multidão no Vaticano em 24 de abril de 2013
Papa Francisco: ceia dos fieis contará com fritas e hambúrgeres do McDonadl's
São Paulo – O McDonald’s fechou um acordo com a Igreja Católica para ser o restaurante oficial da Jornada Mundial da Juventude, que espera reunir 2 milhões de pessoas no Rio, no próximo mês, para acompanhar a visita do Papa Francisco ao país.
A informação é da coluna Radar Online, de Veja. Segundo a coluna, os participantes do evento ganharão um cartão especial com o qual poderão comprar lanches no restaurante. A rede teria desenvolvido, até, um “combo do peregrino”, composto por sanduíche mais acompanhamentos.
A parceria de redes de fast food com grandes eventos é bastante comum. O próprio McDonald’s, no ano passado, chamou a atenção ao construir a maior loja da rede no mundo, para receber os turistas dos Jogos Olímpicos de Londres, capaz de receber 1.500 pessoas sentadas.
Para os críticos, o projeto era inadequado por associar lanches calóricos aos esportes. No caso da Jornada Mundial da Juventude, o jornalista Lauro Jardim, que assina a coluna de Veja, brinca dizendo que “no contrato assinado com a igreja, faltam apenas a absolvição do pecado da gula e a criação de uma McHóstia.” Resta saber se o Papa Francisco vai comungar com os fieis em uma mesa qualquer do restaurante.
*http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/mcdonalds-sera-a-rede-oficial-do-papa-francisco-no-brasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário