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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, julho 08, 2013

Sobre a atuação da CIA no Brasil


Por Paulo
Todo o material recebido de informações sobre a atuação da CIA e serviços secretos dos EUA no Brasil, já foram alvo de denúncias da Carta Capital.
Nos anos FHC, chegou-se até a escolher como o governo deveria utilizar recursos destinados à um acordo de cooperação entre as Polícias Federal e CIA, com alarmante ingerência nos assuntos de segurança interna.
Ainda mais, o obscuro e absurdo acordo para utilização da Base de Alcântara, um acordo que claramente atentava contra os interesses brasileiros e criava uma área onde feria a soberania nacional sobre fiscalização.
Além disso, proibia o Brasil de utilizar os recursos que os EUA pagariam, para desenvolvimentos de armamentos nacionais e barrava a aplicação destes em Pesquisa e Desenvolvimento, com ênfase no desenvolvimento de mísseis. Este acordo era tão lesivo ao Brasil, que o Congresso o derrubou diante dos fatos.
Enfim, o que Snowden torna claro agora, já era de conhecimento público.
As matéria ignoram isso e o colaboracionismo inacreditável que o governo norte-americano teve na época de FHC.
Seria interessante reeditar as matérias para refrescar certas amnésias seletivas.
*Nassif

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