Nicolás Maduro afirma não temer represália: 'Os Estados Unidos não governam o mundo. Somos um país livre e soberano'
Snowden "terá de decidir quando voa para cá", acrescentou o líder venezuelano. Maduro
anunciou publicamente na sexta-feira passada sua oferta de "asilo
humanitário" ao ex-técnico da CIA com acusações aos Estados Unidos de
"suscitar a loucura" e a "perseguição" após o incidente sofrido na
semana passada pelo presidente boliviano, Evo Morales, na viagem de
volta a seu país.
Morales precisou esperar 13 horas na terça-feira
passada em Viena devido à negativa inicial de vários países europeus a
que atravessasse seu espaço aéreo perante a dúvida que transportava
Snowden. "A América Latina está dizendo a este jovem: 'o senhor
está sendo perseguido pelo império, venha para cá'", declarou Maduro, em
alusão a outros oferecimentos similares de asilo oferecidos por Bolívia
e Nicarágua.
Perguntado por possíveis represálias dos EUA, caso
receba Snowden, Maduro, que ressaltou não ter entrado em contato com o
ex-técnico da CIA, declarou que "os EUA não governam o mundo. Somos um
país livre e soberano".
O ex-analista americano também já realizou uma
solicitação formal de asilo à Nicarágua, recebida pela legação desse
país em Moscou. A Casa Branca advertiu que Snowden não pode obter
permissão para viajar para outro país que não seja os Estados Unidos, em
resposta às ofertas de asilo que o jovem recebeu da Nicarágua,
Venezuela e Bolívia.
Snowden, a quem ninguém viu desde que deixou Hong Kong
no último dia 23 de junho com destino à capital russa, pediu refúgio em
27 países, segundo o Wikileaks, após revelar uma rede de espionagem em
massa das comunicações telefônicas e Internet por parte dos EUA.
Neste momento, ele está em Moscou sem passaporte, já
apreendido pelas autoridades norte-americanas, mas lhe seria suficiente
com um documento de viagem que faça as vezes de salvo-conduto até chegar
a seu destino.
*redebrasilatual
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