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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, janeiro 06, 2015

Modelo cria rede social para 'pessoas ajudarem as outras sem cobrar nada'

Modelo cria rede social para 'pessoas ajudarem as outras sem cobrar nada'


Credito: BBC
Modelo e atriz fundou rede social há cerca de um ano
Uma nova rede social quer estimular as pessoas a ajudar desconhecidos sem ganhar nada em troca.
A modelo e atriz britânica Lily Cole, de 27 anos, lançou a rede social de troca de ajuda Impossible (impossível em inglês). O site (www.impossible.com) nasceu há cerca de um ano e já tem usuários em mais de 70 países - inclusive no Brasil.
"O Impossible é uma comunidade de pessoas pelo mundo que ajudam as outras sem cobrar nada", explica Lily.
Mas por que alguém faria algo para os outros de graça?
"Na minha vida, as coisas que fiz de graça, por generosidade, foram algumas das experiências mais felizes que já tive", explica à BBC a fundadora da rede.
O site funciona assim: o usuário posta seu desejo - como, por exemplo: "Queria que alguém me ensinasse a dançar". Depois, é só esperar alguém responder - "Eu posso te ensinar a dançar!" seria uma boa resposta.
Os usuários que ajudam os outros recebem um "obrigado", uma espécie de moeda vitural da rede. Um dos lemas do Impossible é "Um obrigado vale mais que mil curtidas".
O site é bem intencionado, mas é visto por alguns como excessivamente idealista.
Lily Cole discorda: "Estamos tentando quebrar os limites dos círculos sociais e amizades e expandindo isso para comunidades locais e globais onde é mais provável que aquele desejo seja atendido".
*BBC

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