GILMAR NÃO LIBERA TÃO CEDO…
Ministro diz que até o final do ano dará seu voto sobre financiamento das campanhas
Se depender do ministro Gilmar Mendes, o STF não concluirá este ano o julgamento da ação movida pela OAB que pede a proibição das doações de empresa para campanhas eleitorais. O processo, retido por ele há alguns meses com um pedido de vistas, é objeto da campanha “libera, Gilmar” . Ao 247, entretanto, ele disse que não tem pressa e que até o final do ano apresentará seu voto. Quatro ministros da corte já votaram favoravelmente.
Mendes argumenta que, embora o financiamento empresarial favoreça a corrupção, a ação da OAB faz parte de uma manobra combinada com o PT para criar outra forma de favorecimento e perpetuação no poder. “Se proibirmos as as doações de empresas, ficarão permitidas as doações de pessoas físicas. Neste país de roubalheira, os que mandam nas estatais e nos fundos públicos em geral vão desviar recursos e distribuir dinheiros a militantes para que façam doações como pessoas físicas. É isso que estão querendo. Mas até dezembro meu voto sai”, diz ele.
A seu lado, o ministro do STJ e do TSE Herman Benjamim, defensor do financiamento público de campanha, sugere que ele faça logo um voto intermediário, estabelecendo algumas vedações para as empresas. Além de um teto, a proibição de que façam doações aquelas que tenham negócios de certo vulto com o Estado, por exemplo. Gilmar é reticente. Ele não gosta da idéia do financiamento público sem mudança no sistema eleitoral e nem da proibição das doações privadas. Ou seja, para haver mudança neste sistema que infelicita a democracia brasileira, do STF não sairá nada tão cedo.. Depois, a tarefa de fazer a reforma política é mesmo do Congresso. Mas como nesta matéria os congressistas não querem nada, Dilma terá que se mexer, honrando a promessa de se empenhar pela reforma. Se ficar para o segundo semestre, não sai. Ano que vem tem eleição municipal, dirão os políticos da bancada da inércia.
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