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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, janeiro 06, 2015

Em sua mensagem de fim de ano, Angela Merkel condenou as concentrações islamofóbicas e avaliou a imigração como um benefício para toda a Alemanha.

Organizações e partidos se mobilizam contra islamofobia na Alemanha



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Algumas cidades alemãs são palco nesta segunda-feira de manifestações convocadas por distintas organizações, com o apoio explícito do Partido Social-Democrata (SPD), em rejeição ao racismo e ao movimento islamofóbico Europeus Patrióticos contra a Islamização da Europa (Pegida, sigla em inglês).
Do: Terra
Mais uma vez, a Pegida convocou seus seguidores em Dresden (leste da Alemanha) e organizou a concentração na frente da Catedral de Colônia (oeste do país), cujo padre, Norbert Feldhoff, decidiu apagar as luzes da igreja em sinal de desacordo.
“Desliguem a luz para a Pegida”, pediram os social-democratas em imagem postada no Twitter, encorajando a participação contra as manifestações que acontecerão em Dresden, Berlim, Colônia, Hamburgo, Stuttgart, Rostock, Würzburg, Münster, Kassel, Marburg, München.
Também através de Twitter, o ministro da Justiça da Alemanha, o social-democrata Heiko Maas, pediu que as pessoas não se calassem perante os que quiserem “instrumentalizar” o medo nos cidadãos “com fins xenófobos”.
“Juntos, temos de mostrar: PEGIDA não é o povo. Maioria de nós pensar de outra forma”, escreveu Maas, que publicou em sua página os horários das manifestações organizadas contra o racismo e a islamofobia em todo o país.
Em Colônia, o prefeito, social-democrata, os conservadores da União Democrata-Cristã da chanceler Angela Merkel e a Igreja, afirmaram estar de acordo em manter o centro da cidade apagado contra Pegida.
Em Dresden, que já teve a Ópera Semper apagada na última manifestação da Pegida, a Volkswagen anunciou hoje que desligará a iluminação de sua fábrica na cidade em apoio a uma sociedade “aberta, livre e democrática”.
Estão previstos para Berlim três atos em rejeição à islamofobia, entre eles o convocado pela comunidade turca perante o Portão de Brandemburgo, onde deveria concluir a manifestação dos seguidores da “Bärgida”, o nome com o qual Pegida se apresenta na capital alemã.
Em sua última manifestação, antes do Natal, Pegida bateu um recorde ao levar para as ruas de Dresden cerca de 17.500 pessoas que reivindicaram uma lei de asilo mais restritiva e alertaram contra a, segundo sua opinião, crescente islamização do país.
Em sua mensagem de fim de ano, Angela Merkel condenou as concentrações islamofóbicas e avaliou a imigração como um benefício para toda a Alemanha.
“Não sigam os que convocam estas manifestações, já que frequentemente seus corações abrigam preconceitos e, até mesmo, o ódio”, disse a chanceler alemã.


Leia a matéria completa em: Organizações e partidos se mobilizam contra islamofobia na Alemanha - Geledés 
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