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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, abril 05, 2015

AÉCIO DEVE SER INCLUÍDO NAS INVESTIGAÇÕES DA LAVA JATO. PROVAS JÁ SÃO SUFICIENTES

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Desarquivamento - De acordo com os parlamentares do PT, o senador tucano Aécio Neves deve ser incluído nas investigações da Operação Lava Jato, uma vez que já existem “provas suficientes” para a abertura de inquérito. O entendimento dos parlamentares petistas é reforçado pelo Sindicato dos Advogados de São Paulo, que também solicitou à PGR o desarquivamento do pedido de investigação contra Aécio Neves.
“Esquecido” pela justiça e ignorado por  setores da mídia brasileira, a Lista de Furnas – esquema de desvio de verbas da Companhia Energética de Minas Gerais para abastecer as eleições do PSDB, voltou ao centro de debate. Isto porque, nesta semana, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot convidou para uma conversa os deputados federais do PT mineiro, Padre João e Adelmo Leão e o deputado estadual também de Minas Gerais,Rogério Correia.
 Motivou o convite de Janot o fato dos parlamentares mineiros terem protocolado na Procuradoria Geral da República (PGR), no último dia 19, um pedido para investigação do envolvimento do ex-candidato à Presidência da República, presidente do PSDB e senador Aécio Neves (PSDB-MG) no desvio de recursos de Furnas. Participaram também do encontro com o procurador, os deputados  Pedro Uczai (PT-SC) e Fernando Marroni (PT-RS). 
 O deputado Padre João contou que a conversa com o procurador durou mais de uma hora. Segundo ele, nessa conversa, os parlamentares detalharam sobre a Lista de Furnas, apontando que, na lista, existem pessoas que receberam recursos do esquema e estão dispostas a testemunhar.  Além disso, explicou Padre João, o debate girou em torno do trabalho de investigação da procuradora Andrea Bayão. Nesse ponto, segundo o deputado, o procurador se mostrou “surpreso” sobre  as razões  desses processos se encontrarem  nos Estados do  Rio de Janeiro e de Minas Gerais.
 “O procurador se mostrou um pouco surpreso porque os processos  referem-se  a uma pessoa de foro privilegiado. Eu creio que ele vai solicitar que esses processos subam para a PGR porque é de competência dele”, avaliou Padre João. O petista disse ainda se sentir confiante porque, segundo ele, ficou claro que o procurador-geral da República demonstrou compreensão diante da complexidade do caso.
 “Então, estamos dando trilhas legais e verdadeiras para que a PGR  abra inquérito para apurar e investigar. Isso, com certeza, vai dar maior credibilidade a essa instituição que, graças a Deus, já não é a mesma de passados recentes”, frisou.
 O caso – O nome do tucano aparece como um dos principais envolvidos no esquema de Furnas. Segundo a lista do lobista Nilton Monteiro, autenticada pela Polícia Federal, entre os tucanos envolvidos, Aécio Neves aparece recebendo um  repasse no valor de R$ 5,5 milhões.
 Recentemente, o nome do senador mineiro foi excluído pelo procurador Rodrigo Janot da lista de investigados na Operação Lava-Jato, embora o pivô do esquema, o doleiro Alberto Yousseff, tenha afirmado em delação premiada que o tucano estaria envolvido no esquema. No depoimento gravado em vídeo, Yousseff afirma ter transportado para o ex-deputado pelo PP José Janene propinas pagas pela empresa Bauruense por contratos em Furnas.
 O doleiro disse ainda que a influência do senador tucano sobre uma diretoria de Furnas rendeu a ele pagamentos mensais entre 1994 e 2001.
 O esquema relatado pelo doleiro foi alvo de uma denúncia realizada em 2012 pela então procuradora do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, Andrea Bayão. À época da denúncia, a procuradora já havia acumulado provas que apontavam para a abertura de um inquérito.
*Brasil29

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