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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, abril 02, 2015

Cientistas podem estar à beira de curar a cegueira, após pesquisa que produziu córnea usando células-tronco raras

Os cientistas poderiam estar à beira de desenvolver uma cura para a cegueira, depois de reproduzir córneas oriundas de células-tronco límbicas em laboratório.
A equipe por trás do estudo é do Eye and Ear Research Institute, em Massachusetts, EUA, e acredita que isso é um grande avanço nos estudos de oftalmologia, podendo ajudar os médicos a curarem várias doenças oculares e também na investigação sobre células estaminais.
Eles conseguiram uma maneira de melhorar a reconstituição do tecido da córnea humana usando uma molécula conhecida como ABCB5, que atua como um marcador de células-tronco do limbo, que são difíceis de encontrar. Ao reconstituir esse tipo de tecido, poderia ajudar vítimas de diversas doenças oculares a recuperarem sua visão.
A pesquisa, publicada na revista Nature, é um dos primeiros exemplos conhecidos de ter sido capaz de construir um tecido a partir das células estaminais de um adulto humano. As células-tronco límbicas são encontradas no epitélio do limbo basal, ou limbo, e ajudam a manter e regenerar o tecido da córnea.
Anteriormente, transplantes de tecidos ou de células eram usados para ajudar a regenerar a córnea. Porém, até agora, não se sabia se havia células-tronco límbicas presentes nos enxertos e os resultados de outros estudos não haviam sido consistentes.
Na nova pesquisa, os cientistas foram capazes de usar anticorpos chamados ABCB5 para identificar as células-tronco no tecido de doadores humanos mortos e manipulá-las para crescerem como córneas humanas anatomicamente corretas em camundongos.
O co-autor do estudo, Dr. Bruce Ksander, que trabalhou ao lado do Dr. Paraskevi Kolovou, disse: "As células-tronco límbicas são muito raras e são dependentes de transplantes bem sucedidos. Com este achado, será muito mais fácil restaurar a superfície da córnea”.
O outro autor, Dr. Markus Frank, disse: "O ABCB5 permite que as células-tronco do limbo sobrevivam, protegendo-as da apoptose [morte celular programada]”. Acrescentando, a Dra. Natasha Frank afirma: "Os testes nos camundongos nos permitiu, pela primeira vez, entender o papel do ABCB5 no desenvolvimento das córneas e ele será muito importante para o campo de células-tronco no geral”.
Fonte: DailyMail Foto: Reprodução / DailyMail

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