Por redação, com informações de agências
O terreno, localizada no Brooklin, em uma das regiões mais valorizadas em São Paulo, fica ao lado da sede da Rede Globo na zona Sul da capital. A emissora, sem nenhuma licitação ou autorização, simplesmente anexou o terreno que pertencia ao governo sob a desculpa de que estava “conservando a área”. A desculpa é mais um descaramento da emissora. É óbvio que não se tratava de preservar a área, mas de tomá-la para uso privado, tanto é assim que o terreno foi cercado e a população impedida de entrar no local que antes era uma pracinha de uso público.
De acordo com as denúncias, “[O] terreno de 11.618 metros quadrados, anexo a sede da Rede Globo na zona Sul de São Paulo, foi ocupado ilegalmente pela emissora (Globo) durante 11 anos. O local onde se localizava o terreno era em uma praça avaliada em mais de R$ 11 milhões de reais. O local funcionava como pista de cooper para os funcionários da emissora. A área estava cercada como propriedade particular, onde ninguém podia entrar. O terreno que foi ocupado ilegalmente pela emissora pertence ao Governo do Estado de São Paulo, (especificamente a secretaria de Planejamento e Economia) e não a Globo”
A invasão ocorreu com o total apoio do governo, que em nenhum momento, em 11 anos de posse ilegal, procurou rever o terreno, uma prática corriqueira quando se trata de ocupações realizas pela população, a exemplo das ocupações realizado pelos sem-terra, onde a burguesia não só determina a reintegração de pose, como a faz com uma violência brutal. O cinismo do governo do PSDB é tamanho que diante da denúncia, o governo ao invés de rever a posse do terreno, anunciou que irá fechar uma parceria com a Globo para a construção de uma Escola Técnica Estadual (Etec), que não por acaso ter´um curso de áudiovisual e terá o nome de “Escola Roberto Marinho”. Ou seja, o governo não só autorizou a invasão como agora irá financiar uma escola para a Rede Globo.
Essa não é a primeira vez que os empresários tomam posse de forma ilegal das terras do Estado, pelo contrário. Essas invasões são corriqueiras e ocorrem com o total aval dos governos e da Justiça burguesa. Um exemplo emblemático é o da Curtale, uma das maiores empresas produtoras de suco de laranja do mundo possuindo 30% do mercado mundial. A empresa se apossou de mais de 2,7 mil hectares pertencentes à União. O que chamou a atenção nesse caso foi a enorme campanha da burguesia contra os sem-terra que organizaram uma ocupação na fazenda tomada pela empresa. Os jornais burgueses publicaram dezenas de matérias para incriminar a ocupação realizada pelos trabalhadores, acusando-os de “Vandalismo sem limites”. Ou seja, quando se trata de uma ocupação realizada pelos sem-terra, o que se vê é toda uma ofensiva da direita contra os trabalhadores do campo, entretanto quando os invasores são a Rede Globo ou a Cutrale, a medida é não apenas justificada como apoiada pelos governos e imprensa capitalistas.
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