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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, outubro 12, 2010

Caixa 2 da campanha de Serra ameaçou contar os podres do tucano






Imediatamente, Serra lembrou quem é Paulo Preto
Ontem Serra disse:Eu não sei quem é o Paulo Preto. Nunca ouvi falar. Ele foi um factóide criado para que vocês (imprensa) fiquem perguntando". Serra disse ainda que não iria gastar horas de um debate nacional discutindo "bobagens". (Portal Terra)
Para a Folha Paulo Preto disse: "Não somos amigos, mas ele [Serra] me conhece muito bem."Não se larga um líder ferido na estrada a troco de nada. Não cometam esse erro", afirma ele a dirigentes do PSDB (Veja aqui)
Agora a noite, Serra...O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, saiu nesta terça-feira em defesa do ex-diretor de engenharia da Dersa (estatal paulista responsável por obras viárias) Paulo Vieira de Souza.
"Acho curioso dar ao fato uma importância que de fato ele não tem", disse Serra. "A acusação contra ele é injusta. Não houve desvio de dinheiro de campanha por parte de ninguém, nem do Paulo Souza."
Não foi isso que disse para a Revista IstoÉ, o ex-ministro Eduardo Jorge, vice-presidente nacional do PSDB: “Não podemos calcular exatamente quanto o Paulo Preto conseguiu arrecadar. Sabemos que foi no mínimo R$ 4 milhões, obtidos principalmente com grandes empreiteiras, e que esse dinheiro está fazendo falta nas campanhas regionais”,.... confirma um ex-secretário do governo paulista que ocupa lugar estratégico na campanha de José Serra à Presidência. (Veja aqui).
Quem tem caixa 2, tem medo: Serra defende Paulo Preto menos de 40 horas após dizer que não o conhecia. Pode um mentiroso ser presidente?
*comtextolivre

“La garantía soy yo”

Será que a nossa imprensa vai ficar quietinha, quietinha, diante dos estranhíssimos acontecimentos referentes à acusação de que Paulo Vieira de Souza, segundo a revista Istoé, abocanhou para si R$ 4 milhões de doações “caixa-2″ para a campanha de Serra.
A revista publicou a acusação, feita por dirigentes do próprio PSDB, há dois meses.
A mídia nacional, nada.
Dilma levantou o assunto no debate. Serra disse que não sabia quem era o “Paulo Preto”. Depois, desqualificou o assunto,  que era um “factóide”, e que não sabia quem era o “Paulo Preto”.
Ficou por isso mesmo.
Hoje, a Folha publicou uma matéria nítidamente ameaçadora do “desconhecido Paulo Preto”.
“Não se larga um líder ferido na estrada a troco de nada. Não cometam esse erro”, ameaçou ele.
Foi o que bastou para Serra não apenas lembrar-se dele como, também, atestar sua idoneidade.
“Isso não é verdade. Ele não fez nada disso, ele é totalmente inocente nesta matéria”, disse o presidenciável, após participar de missa na Basílica de Aparecida, no interior de São Paulo, segundo o Estadão.
E pronto, acabou a investigação. O Paulo Vieira de Souza, agora, vai processar todo mundo. Todo mundo, quem?
O vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, o tesoureiro-adjunto do partido, Evandro Losacco e os jornalistas de Istoé, segundo o portal R7.
Já pode, até, arrolar Serra que, anteontem não o conhecia e agora já pode atestar seu caráter ilibado.
E o nosso jornalismo investigativo está satisfeito. “Tá tudo dominado”, como dizia a gíria carioca.
*Tijolaço

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