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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, março 05, 2011

Câmara quer informações do MP sobre denúncias contra deputada Jaqueline Roriz

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Agência Brasil

Brasília – O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), disse nesta sexta-feira 4 que vai pedir informações ao Ministério Público sobre as denúncias envolvendo a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF). A parlamentar está sendo acusada de receber dinheiro, em 2006, do então delator do mensalão do Distrito Federal (DF), Durval Barbosa.

O P-SOL, que tradicionalmente entra com processo por quebra de decoro parlamentar, ainda não tem uma posição definida se recorrerá ou não ao Conselho de Ética da Câmara. O líder do partido, deputado Chico Alencar (RJ), informou que o seu partido irá analisar o caso e verificar como ele se desenvolve para adotar as medidas necessárias. “Não vamos nos omitir”.

De acordo com Chico Alencar, a primeira medida a ser tomada é pedir o afastamento da deputada da Comissão da Reforma Política, onde ela é titular. “O afastamento deve se dar pelo menos até que se apure as denúncias. O ideal seria que ela mesmo pedisse para sair da comissão, ou o seu partido fizesse a sua substituição na comissão”.

Em relação ao Conselho de Ética, Chico Alencar informou que ele ainda não está constituído e que parte dos antigos conselheiros tem posição de que como o fato ocorreu antes do mandato não haveria quebra de decoro.

Jaqueline Roriz é filha do ex-governador Joaquim Roriz e sua herdeira política. Ela foi flagrada juntamente com o seu marido, Manoel Neto, recebendo um pacote contendo R$ 50 mil das mãos de Durval Barbosa.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou nesta sexta-feira que recebeu novo material relativo às investigações do Mensalão do DEM. Entretanto, não disse qual seria o material nem quando teria recebido, apenas que ele está em análise.

Caso a prova seja anexada ao inquérito relativo aos resultados da Operação Caixa de Pandora e Jaqueline Roriz indiciada pelo Ministério Público, a investigação do mensalão do DF pode ir para o Supremo Tribunal Federal (STF), uma vez a política tem foro privilegiado por ser deputada federal.

O inquérito está no STJ desde setembro de 2009 aguardando oferecimento de denúncia pelo Ministério Público. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, já afirmou em outras ocasiões que não pode oferecer denúncia enquanto o relatório apresentado em agosto do ano passado pela Polícia Federal (PF) não estiver completo. A PF, por outro lado, diz que já cumpriu a sua parte e que não restam diligências a fazer.


Agência Brasil


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