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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, março 12, 2011

Feito inédito de um brasileiro de origem humilde, reconhecimento mundial.

Lula no Qatar

O ex-presidente Lula embarcou ontem para o Qatar, na terceira viagem internacional desde que deixou o governo, em janeiro. Lula participará, domingo, de um fórum promovido pela rede de TV Al Jazeera sobre temas do mundo árabe. Lula falará da consolidadão da democracia no Brasil O ex-presidente retorna na terça-feira e tem viagem planejada para o Uruguai no dia 25 deste mês. Será orador da festa de 40 anos da Frente Ampla, coalização de esquerda que governa o país desde 2005. Poderá dividir o palanque com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

Outra viagem que deverá ser feita por Lula é para a Espanha. Ontem a Câmara de Cádiz anunciou o ex-presidente como o ganhador do 111 Prêmio Liberdade Cortes de Cádiz, por seu trabalho contra a desigualdade social. O nome de Lula também foi confirmado ontem para o I Prêmio da Fundação Gorbachev, criada pela família do ex-premiê soviético Mikhail Gorbachev, dado a pessoas que promovem mudanças no mundo. A premiação será dia 30, em Londres.

Lula deve ir a Portugal no dia 30 deste mês, quando recebe o título de doutor honoris causa da Universidade de Coimbra.A presidente Dilma Rousseff deverá acompanhá-lo.
*osamigosdopresidentelula

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