Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, março 05, 2011

Não me leve a mal hoje é carnaval





https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJQiiqX7TRjGySOJ-fVAIfKy46m796lNpQeWZzSphISCdjJw57Rvc_5NLeSljTi1fMJCc1Ngi6wfdrsJmSeMCe_MrlFdIHI3LGd2m8B6acyId6uMfLO1rrhtP6V1zjGYcnh3w-hidM8bE/s1600/Carnaval+Carro%252Balego%2525CC%252581rico%252Bda%252BVilla%252BKyrial%252Bdirigindo-se%252Bpara%252Bo%252Bcorso%252Bna%252BAvenida%252BPaulista%252B%25281917%2529.jpg

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTAZcz-0ELQ-GKYJKWTYJBbkvDyAHbQhXCcVVOIdAVTUsLmKDI1pmw97mMnOxtfYB1NNSqQunmLy3fC0d9fVcw-XOyEz_LcRVyuydHiiM4flvWYREdhBfW2jfLQgh5r0izf1_IyVJE9Pk/s1600/carnaval1.jpg

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCVGhSQG1-P2VXQ_XFYl_iTsv79y1I-RXfhELQ2TpOQOXb5BZWq5z8cXxtnC-neNcBiBj2GFNfT8SQDLktkxKC7CQlhoRv1XMek8xHDKKKGqCGpcFxGQqST1JhXlcpABkE0rMfAVi60sQ/s1600/carnaval13.jpg

Nenhum comentário:

Postar um comentário