Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, novembro 28, 2011

Chávez: Uribe quis transformar Colômbia em Israel da AL


O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, assegurou que o ex-mandatário colombiano Álvaro Uribe (2002-2010) pretendia transformar "a Colômbia na Israel da América do Sul".
Segundo Chávez, a gestão de Uribe distanciou seu país das demais nações da região, "quase causou uma guerra com o Equador e rompeu relações com a Venezuela, países vizinhos".
O chefe de Estado disse, por meio de contato telefônico com uma emissora estatal, não ter informações verificadas a respeito de uma gravação que foi revelada na quinta-feira sobre uma reunião em que Uribe teria instruído um grupo venezuelano de oposição a rechaçar a aproximação que Bogotá e Caracas vêm promovendo recentemente.
Chávez ainda assegurou que a relação entre as nações não irá se deteriorar apesar dos esforços feitos pelos setores da ultradireita colombiana e venezuelana para "sabotar" esta aproximação.
"Estou seguro que as relações entre Colômbia e Venezuela vão continuar se recuperando do grave dano que foi feito durante o governo anterior" afirmou Chávez, acrescentando que "felizmente o governo atual tomou outro rumo".
Desde que tomou posse como presidente da Colômbia, em agosto de 2010, Juan Manuel Santos vem promovendo o aprofundamento da relação entre os países, tendo se reunido com o mandatário venezuelano diversas vezes.
Chávez ainda confirmou que receberá Santos na próxima semana no marco da Cúpula Fundacional dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que acontecerá nos dias 2 e 3 de dezembro, para uma reunião bilateral.
Fonte: Ansa

Nenhum comentário:

Postar um comentário