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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, agosto 30, 2013

Isso é, sem meias-palavras, mentira : as prefeituras vão demitir seus médicos para fazer economia,

folhacoxinha

Folha repete o Dr. Mentira para atacar “Mais Médicos”. E é pega em flagrante.


A tolice da matéria de ontem da Folha, que a gente apontou aqui, era só uma amostra do péssimo jornalismo que ela resolveu fazer contra o “Mais Médicos”.
Anuncia que as prefeituras vão demitir seus médicos para fazer economia, colocando no lugar um profissional do “Mais Médicos”.
Isso é, sem meias-palavras, mentira.
E a Folha saberia – se é que não sabe – que, ao demitir um médico das suas unidades básicas de saúde, uma prefeitura perde os recursos que o Ministério já paga para que ela lhe custeie o salário, encargos e demais despesas.
Mas a Folha não foi sequer ouvir o Ministério da Saúde antes de abrir manchete.
Pegou boatos recolhidos por três funcionários em Manaus, Fortaleza e Recife, com a ajuda dos CRMs locais – duvido e faço pouco que os repórteres tenham viajado centenas de quilômetros pela selva e pelo sertão-  juntou tudo em São Paulo, bateu no liquidificador e fez uma peça digna de qualquer jornaleco sensacionalista.
A prova da mentira deliberada está aqui, neste vídeo, gravado diante dos repórteres da Folha, no dia 14, onde o ministro Alexandre Padilha explica que as prefeituras que fizerem isso perderão dinheiro, em lugar de ganhar.

*Tijolaço

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