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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, agosto 24, 2013

Maconha pode ajudar no tratamento de depressão, diz estudo

Pesquisa concluiu que componente ativa o sistema endocanabinoide encontrado naturalmente no cérebro para alterar a resposta a imagens ou emoções negativas

Estudo analisou homens que consumiam maconha no mínimo quatro vezes por ano, mas não mais que uma vez por semana Foto: Getty Images
Estudo analisou homens que consumiam maconha no mínimo quatro vezes por ano, mas não mais que uma vez por semana
Foto: Getty Images
Pesquisas já relacionaram a maconha a variados benefícios, como aliviar fobia social, tratar câncer, diminuir dor crônica. Pois a lista acaba de crescer. De acordo com um estudo realizado no Centro Médico da Universidade de Utrecht, na Holanda, o consumo pode ajudar no tratamento da depressão. Os dados são do jornal Daily Mail. 

O levantamento, divulgado na publicação europeia Neuropsychopharmacology, testou um grupo de homens usuários ativos da maconha. Podiam participar os que experimentaram a droga quatro vezes ou mais em um ano, mas não mais do que uma vez por semana.

Parte dos voluntários receberam THC, o principal componente psicoativo da planta, enquanto o restante usou placebo. Todos foram convidados a imitar imagens de expressões faciais “boas” ou de “medo”. Os que tinham o composto na corrente sanguínea eram menos precisos ao imitar as expressões de medo, mas eram capazes de copiar perfeitamente as felizes. Os resultados foram confirmados por exames de ressonância magnética do cérebro, que revelaram um efeito benéfico do THC em regiões de processamento de emoção.

Concluiu-se que o THC ativa o sistema endocanabinoide encontrado naturalmente no cérebro para alterar a resposta a imagens ou emoções negativas. “Administração do THC reduziu o viés negativo no processamento emocional”, afirmou o relatório. 

Vale dizer que, no mês passado, um estudo da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, descobriu que adolescentes que fumam maconha regularmente podem sofrer danos cerebrais permanentes e têm grande risco de desenvolver esquizofrenia. É que a droga é particularmente perigosa para um grupo de pessoas que têm uma predisposição genética para o distúrbio de saúde mental e, então, funcionaria como um gatilho.
*Terra

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