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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, outubro 14, 2015

Movimento de estudantes e professores rompe blindagem dos jornais a Alckmin

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Movimento de estudantes e professores rompe blindagem dos jornais a Alckmin

Depois de o governador deixar sem resposta uma abordagem da presidenta da Upes sobre o plano de fechar escolas, sua PM dá sinais de que a reação da sociedade incomoda. E a cobertura da imprensa livre mostra que a imprensa corporativa não vai conseguir proteger o tucano
por Redação RBA publicado 10/10/2015 10:00, última modificação 11/10/2015 21:57
REPRODUÇÃO
Angela Meyer (Upes)
São Paulo – A movimentação desta sexta-feira (9), de estudantes e professores ameaçados de ter sua escola fechada pelo governo do estado de São Paulo em 2016, não se restringiu à região central de São Paulo. Houve protestos no bairro do Jabaquara (escolas Pérola Byington e Maria Augusta, zona sul da capital), na Delegacia de Ensino de Santo André e em Indaiatuba.
A reação já surpreende e incomoda Geraldo Alckmin (PSDB). Esta semana, o governador foi questionado pela presidenta da União Paulista de Estudantes Secundaristas (Upes), Ângela Meyer, num teatro, sobre suas intenções para a educação paulista. Diferentemente do que tem ocorrido com lideranças petistas que têm sido grosseiramente hostilizadas em locais públicos, o tucano foi abordado com muita educação e respeito pela estudante.
Esta reportagem da TVT, mostra o momento em que Alckmin, mal educado, sai sem responder. Mostra também por diversos ângulos a agressão da Polícia Militar a estudantes, professores e aos jornalistas independentes Caio Castor e Rafael Vilela.
Em entrevista, a presidenta da Upes conta como as escolas estão se conectando em diferentes regiões para organizar a reação ao plano de fechamento de escolas que pode atingir até 30% da rede estadual. Ângela argumenta como a intensão do governo vai na contra mão das demandas da sociedade. Relata que estuda numa escola tida como “nobre”, o Caetano de Campos, em que o laboratório de Química é usado como sala de aula. Fala do papel dos grêmios estudantis na mobilização e avisa: “A gente não vai sair da rua em quanto o governo não retroceder”. Vale a pensa assistir:

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