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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, outubro 31, 2015

Cunha quer tirar o direito garantido das mulheres desde 1940.


Rosangela Basso compartilhou o vídeo de Jornalistas Livres.
2 hEditado
Cunha quer tirar o direito garantido das mulheres desde 1940. O direito de abortar uma gravidez resultante de um estupro‪#‎MulheresContraCunha‬ ‪#‎ForaCunha‬
4.369 visualizações
Jornalistas Livres
15 hEditado
Ivete Boulos, professora da Faculdade de Medicina, coordenadora do Núcleo de Assistência à Vítima de Violência Sexual do Hospital das Clínicas de SP, que atende vítimas de violência sexual.
"Atendemos as mulheres que sofreram estupro e oferecemos a profilaxia e a pílula do dia seguinte. Aquelas que não tiveram coragem de ir ao serviço logo após o estupro, chegam com a angústia da segunda violência sofrida: gestação pós estupro. Se for desejo delas, serão encaminhadas para o aborto legal, direito garantido desde 1940.
As mulheres obrigadas a levar adiante a gravidez são acolhidas e encaminhadas para o pré natal. Quando a gestação está avançada, o Ministério oferece programas de pré natal e encaminhamento para a adoção. Esse serviço é aberto 24 horas para qualquer mulher. Entra pelo PS porque precisa, logo após o estupro, de profilaxias para doenças sexualmente transmissíveis e anticoncepção emergencial.
Esse projeto do Eduardo Cunha é uma revanche contra as mulheres. Um absurdo com tantas conquistas feitas."
Entrevista para Laura Capriglione, especial para Jornalistas Livres

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