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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, outubro 17, 2015

Magazine Luiza e Volks seguem a Coca-Cola e deixam de patrocinar o futebol da Globo


Globo_Bola_MurchaDepois da Coca-Cola, futebol da Globo é abandonado pela Volkswagen e pelo Magazine Luiza. Denúncias de corrupção na CBF e fracassos da seleção espantaram poderosos parceiros. Eles não estarão em 2016…
Cosme Rímoli em seu blog em 17/10/2015
A crise de credibilidade do futebol brasileiro atingiu em cheio a Globo. Foi muito além da queda de audiência. O drástico tombo foi de 22% nos últimos dez anos. Os fracassos seguidos da Seleção e enxurrada de denúncias de corrupção na CBF, com direito ao ex-presidente José Maria Marin, encarcerado na Suíça, pesaram. E muito.
Empresas importantíssimas não querem mais ter sua imagem aliada ao futebol deste país.
Primeiro, foi a Coca-Cola que desistiu. Depois de anos e anos, não quis mais seguir pagando para sua marca ser associada ao futebol deste país. Tirou seus R$225 milhões em 2015. Foi substituída, com dor no coração para os executivos globais, pelo Magazine Luiza.
Pois bem, um ano já deu. E o Magazine Luiza também não quis seguir. Não estará bancando o futebol da Globo em 2016. A experiência não foi nada compensadora.
Só que o golpe maior veio de outra velha parceira global: a Volkswagen. Também décadas de relacionamento íntimo não contaram. E a multinacional alemã se afasta do futebol deste país. O mercado publicitário viu estarrecido o rompimento.
A Brasil Foods entrou no lugar da Volkswagen. E as Casas Bahia substitui o Magazine Luiza. Ambev, Banco Itaú, Johnson & Johnson e a Vivo seguem com o desacreditado futebol nacional.
O acordo prevê no mínimo 90 partidas: campeonatos estaduais, Brasileiro, Copa do Brasil, Taça Libertadores da América, Copa Sul-Americana, Copa América, amistosos da Seleção e Eliminatórias da Copa do Mundo. Não estão previstas as partidas da Sul-Minas-Rio, que a Globo negocia. Podem entrar até como brinde.
Luiza_Magazine06
Não houve o retorno esperado.
Nos bastidores, causou muita decepção à emissora o abandono da Volkswagen. Assim como foi o rompimento com a Coca-Cola. Marcas importantes mundialmente. O Magazine Luiza doeu. Mas menos. Já se sabia que a empresa nacional queria testar se valia ou não a pena ficar ligada ao futebol. O teste não agradou.
Há duas vertentes. A divulgada “em off” por donos de agências importantes do mercado publicitário brasileiro. Que as cotas baixaram. Não seriam cobrados mais os mesmos R$225 milhões para cada anunciante. Haveria uma redução para R$200 milhões. Na Globo, há a garantia que os preços foram mantidos.
A emissora já deu um prêmio aos patrocinadores. Foram anunciados com respeito e alívio no Jornal Nacional, principal produto jornalístico. Com Willian Bonner deixando escapar, com voz embargada: “Foi uma demonstração de confiança no Brasil.”
Serão 90 jogos e inserções nos noticiários esportivos, que custarão cerca de R$1,3 bilhão. O que Bonner não contou é que as negociações duraram muito mais do que o ano passado. Em setembro, o mercado já sabia quem pagaria pelo futebol na Globo. Este ano, a transação acabou um mês depois. Com renúncias de marcas tradicionais que a emissora tentou segurar.
As deserções da Coca-Cola e Volkswagem, provocaram um baque. O executivo responsável pelo futebol, Marcelo Campos Pinto, tem uma missão. Cobrar mais seriedade e empenho de Marco Polo del Nero.
Os fracassos da Seleção espantam patrocinadores. Porém, as denúncias de corrupção muito mais. O efeito colateral atinge em cheio Marco Polo. A Globo já o culpa.
Os jogos do Brasil nas Eliminatórias são terças e quintas. O ideal para a emissora seriam sexta e domingo. Mas Marco Polo não estava na Suíça, na Fifa, quando foram definidos. Desde que Marin foi preso, ele não viajou mais para fora do país.
Os EUA seguem investigando denúncias de corrupção. Não é nada lucrativo seguir apoiando Marco Polo. Apesar do patrocínio bilionário, não há clima de festa na Globo. Muito pelo contrário.
Há é saudades dos bons tempos. Da Coca-Cola, da Volkswagen… Da briga de multinacionais poderosas pelo futebol.
Mas a realidade é outra.
Os fracassos da Seleção e as denúncias de corrupção pesam. E é espantoso que marcas poderosas persistam.
O medo já é 2017.
A incompetência do time de Dunga tirou o Brasil da Copa das Confederações. Serão apenas eliminatórias, amistosos e jogos internos.
Só.
Se este ano já foi difícil. É bom os executivos globais se prepararem para 2016.
As declarações de J.Hawilla, dono da Traffic ao FBI não devem ajudar. Os departamentos de marketing das grandes empresas do país, que ainda pensam no futebol, não têm como se alegrar com suas belas palavras. Elas vieram à tona nesta semana. Foram divulgadas mundialmente. E são assustadoras.
Concordei em pagar subornos por contratos da Copa América, Copa Ouro, Copa do Brasil, e pelo patrocínio da seleção brasileira. Eu usei instituições financeiras dos EUA e facilidades de transação bancária digital nos EUA para pagamento de algumas dessas propinas, bem como para pagamentos legítimos correspondentes a esses direitos.
Depois disso e até 2013, outros dirigentes do futebol vieram a mim pedir propinas para assinar ou renovar contratos. Eu concordei em pagá-los por contratos de direitos de marketing para vários torneios e outros direitos, como a Copa América, a Copa Ouro, a Copa do Brasil e para o acordo de patrocínio para a Seleção Brasileira.
Não deve ser nada estimulante vincular sua marca a esse tipo de gente. Mas, para sorte da Globo, tem gente que não concorda. Pelo menos os executivos da emissora já sabem onde não devem ir.
Não perder tempo em 2016. Nas sedes do Magazine Luiza, da Coca-Cola e da Volkswagen…
JHavilla10_Mafia
J.Havilla (1º à esq.) e a máfia da Globo e CBF.
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